O IVVB11 é um dos ETFs mais populares presentes na bolsa brasileira, a B3. Sua popularidade decorre, em partes, do fato de ele permitir uma diversificação a ativos exclusivamente nos Estados Unidos.
Então, ao adquirir uma cota de IVVB11, o investidor brasileiro se torna exposto às 500 maiores empresas listadas nos ambientes de negociação tanto da NYSE (New York Securities Exchange) quanto da Nasdaq, as bolsas de valores dos Estados Unidos.
Gerido pela BlackRock, o IVVB11 adota uma estratégia de gestão passiva para atingir o objetivo de somente replicar a variação, em dólares (US$), do índice S&P500, o “Ibovespa americano”, composto pelas maiores empresas listadas em bolsa do país.
Vale adicionar que o IVVB11, assim como demais ETFs, é um fundo fechado. Portanto, para obter liquidez, o investidor deve vender suas cotas no ambiente de negociação da B3, ao invés de solicitar um resgate.
No IVVB11, é praticada somente a taxa de administração do ETF, em uma porcentagem de 0,23% ao ano sobre o patrimônio líquido do fundo.Portanto, em comparação com as taxas de outros fundos de investimento no exterior, o custo de gestão do IVVB11 é significativamente menor.
A estratégia do IVVB11
Conforme já mencionado, o IVVB11 adota uma estratégia de gestão passiva que se resume a somente comprar ativos que espelham a performance do índice de referência.
Haja vista que o principal ativo da carteira do IVVB11 é seu ETF base nos EUA, o IVV, indiretamente o fundo está exposto aos 500 ativos. Logo, por natureza, a estrutura do ETF brasileiro é altamente diversificada.
O IVVB11 entrega ao investidor um canal de grande praticidade para exposição na bolsa de valores dos EUA. Com base nisso, a estrutura do ETF permite que toda a parte operacional da exposição internacional seja feita a partir do ambiente de negociações da própria B3.
Quais ativos compõem a carteira do IVVB11?
De forma indireta, o ETF está exposto aos 500 ativos presentes na carteira do IVV. Entre os principais estão:
- Apple;
- Microsoft corp;
- Amazon;
- Tesla;
- Alphabet (holding do Google);
- Nvidia;
- Berkshire Hathaway;
- Meta Plataforms (Facebook);
- UnitedHealth Group;
- Johnson & Johnson;
- JPMorgan Chase & Co;
- Procter & Gamble;
- Visa;
- Exxon Mobil;
- Chevron;
- Mastercard;
Assim, pode-se observar um alto grau de diversidade presente no IVVB11. Então, ao adquirir uma única cota, os investidores podem ganhar exposição a centenas de grandes empresas que operam no exterior. Isso ajuda a reduzir bastante o risco enfrentado pelos investidores.
Vantagens do IVVB11
Com mais de 500 empresas listadas nos EUA, o IVVB11 possibilita uma grande diversificação, seja pelo número de empresas ou pela exposição em dólar.
Sendo assim, visto que o fundo possui sensibilidade cambial, ou seja, sua cota é afetada pelo preço do dólar, o mesmo pode ser uma ótima ferramenta para proteção contra altas do dólar a longo prazo. Consequentemente, uma boa ferramenta para preservar o patrimônio em moeda forte.
Como referência, desde o ano de 2006 a variação do dólar, isolada, foi de mais de mais de 118% de valorização. Ao passo em que a variação do S&P500, entre 2006 e 2022 (até 11/04/22), foi de aproximadamente 260%.
Além disso, o IVVB11 permite uma grande mitigação de risco, dado que em sua carteira reflete o desempenho de mais de 500 empresas. Supondo um caso extremo, na qual uma delas vá à falência, o IVVB11 sofre um impacto muito baixo, visto que a maioria das empresas possui um pequeno peso em sua composição total.
Em complemento, a vantagem da praticidade também é óbvia, pois todas as transações são feitas pela B3, não sendo necessário abrir conta no exterior ou enviar dinheiro para os Estados Unidos.
Além disso, o IVVB11 democratiza o acesso dos investidores brasileiros a ativos estrangeiros por meio de uma cota que em julho de 2022 custava pouco mais de R$ 200.
Por fim, o IVVB11 é uma ferramenta de exposição internacional de baixo custo em termos administrativos. Vários fundos da plataforma de corretagem cobram dos investidores cerca de 2% ao ano em taxas de administração e, em alguns casos, taxas de performance. Portanto, o IVVB11 de 0,23% ao ano é muito menos oneroso para os investidores.
Desvantagens do IVVB11
A principal desvantagem do IVVB11 é que os investidores não têm liberdade para escolher os ativos para compor sua carteira.
Portanto, se certas ações estão prejudicando o desempenho do S&P 500, não há como os investidores interferirem na composição do fundo.
A seguir, é importante destacar que os ETFs norte-americanos IVV distribuem dividendos com certa frequência. Por sua vez, o IVVB11 não repassa tais dividendos aos investidores brasileiros.
Em geral, os dividendos recebidos pelo IVVB11 são reinvestidos internamente, na própria estrutura do fundo e em proporções adequadas para manter a desejada paridade de replicação do índice.
Como comprar cotas do IVVB11?
O processo de compra das cotas de IVVB11 é bastante simples. Em primeiro lugar, é necessário recorrer a uma corretora de valores para negociar os ativos.
Com o dinheiro na conta, o investidor já pode acessar o home broker e começar a operar. Para isso, ele deve inserir o código de negociação IVVB11 e preencher os dados básicos referente a quantidade e preço.
Uma vez inserido a quantidade desejada e o preço pelo qual se deseja comprar o ETF, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a mesma foi completamente executada.
Uma dica para acelerar o processo de execução integral de uma ordem é realizá-la no mercado.
Para isso, basta selecionar a opção “ordem a mercado” e o sistema da corretora irá, automaticamente, realizar a compra dos ativos conforme a melhor oferta disponível no instante em que a ordem for emitida.
O IVVB11 paga dividendos?
Assim como os demais ETFs listados na bolsa brasileira, o IVVB11 não distribui dividendos aos seus cotistas.
Em linhas gerais, o IVVB11 possui o recebimento dos dividendos que compõem a carteira do fundo. Apesar disso, os dividendos são reinvestidos dentro da própria estrutura, conforme a proporção adequada para preservar a replicação do índice S&P500.
Assim sendo, a longo prazo, o valor dos dividendos sensibiliza o valor das cotas de IVVB11, ou seja, o recebimento e reinvestimento de dividendos tendem a valorizar as cotas do fundo.
Mesmo assim, é importante frisar que o IVVB11 não é um instrumento útil para compor uma carteira com foco em receber dividendos.
O IVVB11 possui imposto de renda?
Sim! Tanto o IVVB11 quanto os demais ETFs listados no ambiente de negociação da B3 possuem a cobrança de imposto de renda.
O IR incide apenas sobre o lucro da venda das cotas, não sobre o valor total. Portanto, os investidores pagam apenas IR pelo ganho de capital nas operações da IVVB11 .
Quando a compra e a venda das cotas são feitas no mesmo dia (Day Trade) ocorre a tributação de 20% sobre o lucro gerado. Já quando a compra e a venda das cotas são feitas em dias diferentes (Swing Trade) é aplicada uma alíquota de 15% sobre o lucro.
Cabe destacar que tanto o IVVB11 quanto os demais ETFs da bolsa brasileira não desfrutam da isenção de IR nas vendas com montante abaixo de R$20 mil por mês. Nesse caso, a isenção é válida somente para ações.
Por fim, vale lembrar que o cálculo, a cobrança e o pagamento do IR são de inteira responsabilidade do investidor. Portanto, os percentuais acima não são retidos na fonte como no caso de investimentos de renda fixa.
Portanto, o investidor deve, por contra própria ou por meio de uma consultoria contábil, calcular seu lucro e o imposto de renda devido. Em seguida, ele deve separar o valor do imposto e pagar o tributo através da guia DARF, que é um “boleto de impostos” destinado à renda variável.
Quanto rende o IVVB11?
O rendimento do IVVB11 é atrelado ao desempenho do ETF norte-americano IVV, que por sua vez replica o índice S&P500. Portanto, em última análise, o IVVB11 possui seu rendimento atrelado ao S&P500, que, analogamente, seria como “o Ibovespa” dos Estados Unidos.
Dessa forma, o IVVB11 rende o desempenho do S&P500 acrescido dos dividendos pagos pelas empresas que compõem o ETF, afinal tais dividendos são incorporados ao valor da cota em um horizonte de longo prazo.
Por fim, vale ressaltar que, por ser um fundo com ativos exposto ao dólar, os retornos do IVVB11 são afetados por variações nos preços em USD. Dessa forma, se o dólar se valoriza, as cotas de IVVB11 tendem a se valorizar também.
Qual a diferença entre IVVB11 e SPXI11?
No ambiente de negociação da B3, o SPXI11 é um dos principais concorrentes do IVVB11, já que ambos replicam a performance do S&P500
Uma das diferenças entre os ETFs diz respeito à taxa de administração cobrada. Enquanto o IVVB11, gerido pela Blackrock, possui uma taxa de administração de 0,23% ao ano, o SPXI11, gerido pelo Itaú Unibanco, possui uma taxa de administração de 0,21% ao ano.
Outra diferença relevante se trata de seu nível de liquidez para negociação no ambiente da B3. Em linhas gerais, o nível de liquidez de um ativo determina o quão fácil é sua negociação de forma mais próxima possível ao seu “valor justo”.
Nesse aspecto, o IVVB11 se destaca. Isso ocorre em virtude de seu maior patrimônio líquido e maior volume de negociação nos pregões da B3.
Por fim, existem diferenças de estratégia entre os dois fundos. Essa diferença não é significativa, mas se resume a IVVB11 replicando o desempenho do ETF IVV, enquanto SPXI11 replica o desempenho do ETF VOO. Ainda assim, os dois ETFs tendem a ter um desempenho muito semelhante.