Conheça o setor saúde

Confira os detalhes do setor saúde

Escrito por:

Marjoel Moreira

Com ênfase em diferentes atividades, o setor de saúde é essencial e diversas empresas voltadas à saúde possuem seu capital listado na bolsa de valores brasileira, a B3, e exploram diversos nichos no setor.

Como exemplos de nichos no setor de saúde, podemos destacar os seguintes:

  • Farmácias (varejo de medicamentos);
  • Companhias de produção de medicamentos;
  • Diagnósticos;
  • Soluções odontológicas;
  • Saúde animal;
  • Redes de hospitais, clínicas, prontos-socorros, maternidades etc.;
  • Entre outros.

Vale destacar que as companhias voltadas à saúde, que possuem seu capital listado em bolsa de valores, são de empresas privadas. Logo, tais empresas são caracterizadas como fornecedoras de serviços de saúde suplementar e, consequentemente, são regulamentadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Vantagens de Investir no Setor de Saúde

O setor de saúde contempla o fornecimento de serviços essenciais ao bem-estar da população. Dessa forma, o setor de saúde privado tende a ter um aumento na demanda pelos seus serviços conforme o envelhecimento da população brasileira, em complemento ao sistema público de saúde. Logo, o setor de saúde torna-se atrativo aos investidores, primeiramente, devido à tendência de envelhecimento da população. O setor de saúde privado tende a absorver certo público devido à, infelizmente, atual situação de certas unidades do sistema público de saúde, caso tais clientes venham a possuir, ou já possuam, condições financeiras para serem cobertos por um plano de saúde.

De modo conjunto, o aumento de contratações de planos de saúde é um fator de potencial crescimento para o setor de saúde privado. Há expectativas de que a demanda por seguros de saúde cresça mediante a um eventual crescimento da economia no longo prazo.

Além disso, o setor privado de saúde, apesar de pouco acessível à maioria da população brasileira, apresenta baixo risco de inadimplência do consumidor. Isso acontece devido a maior parte da receita das redes de saúde privada vem de grandes seguradoras, ou seja, as seguradoras pagam pelos exames, diagnósticos, consultas, cirurgias e procedimentos realizados em sua maioria, de modo em que o cliente não os paga diretamente. A partir disso, as redes de saúde privada possuem sua receita concentrada em fontes confiáveis quanto ao pagamento dos valores devidos, afinal as seguradoras são consideradas como pagadoras mais confiáveis.

Em função das regulamentações existentes atualmente, a inserção de novas companhias no setor de saúde brasileiro possui altas barreiras. As atuais empresas, podem ter aumentos na demanda por seus serviços e, consequentemente, em sua lucratividade, sem que ocorra necessariamente um aumento significativo na concorrência do setor, o que pressionaria a lucratividade para baixo.

Entretanto, apesar das vantagens e do grande potencial do setor, existem riscos também.

Riscos envolvidos no setor de saúde

Apesar do setor de saúde privado no Brasil ser regulamentado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em certos casos, considerado positivo devido à limitação de entrada de novos competidores ao setor, a regulamentação da ANS pode também representar uma dificuldade ao setor, isso por ser exemplificado pela criação de normas que limitam reajustes de preços. Logo, a regulamentação do setor pode ser tanto positiva quanto negativa em determinados momentos.

Os momentos em que há impacto negativo gerado pela legislação ocorrem, normalmente, quando surgem normas que impedem que as companhias estabeleçam suas políticas mais livremente, assim como em momentos em que a regulamentação limita excessivamente a concorrência no setor.

Além disso, ao investir em companhias do setor de saúde, é necessária a compreensão de que em tais empresas existe tanto um lado corporativo quanto um lado clínico. É necessário que ambas as partes estejam em sincronia, em prol de um melhor desempenho econômico e, consequentemente, retorno ao acionista. Tanto a gestão da companhia quanto os profissionais da saúde necessitam ter objetivos alinhados.

Por isso, em alguns casos a falta de uma gestão adequada de empresas de saúde é classificada como um risco que, inclusive, pode culminar na falência de empresas mal geridas. Como consequência de uma gestão inadequada se tem, por exemplo, o surgimento de um alto índice de desperdício, o que prejudica a rentabilidade da empresa, assim como prejudica sua eficiência com os recursos que possui, reduzindo a qualidade do atendimento ao cliente.

O índice de desperdício, entretanto, trata-se de um risco que pode ser discutido em torno do setor de saúde como um todo. Afinal, a redução de tal métrica é sinônimo de uma melhor utilização dos recursos das companhias, o que resulta em melhor atendimento aos clientes e em melhores resultados financeiros.

Economicamente, um risco preocupante ao setor de saúde é a inflação. Diferentemente dos índices de inflação ao consumidor (como o IPCA), os índices de inflação de equipamentos e insumos médicos são, geralmente, mais elevados. Entende-se que os custos que as empresas de saúde enfrentam crescem em uma proporção maior que a média de custos em outros diversos mercados. Este fato, novamente, reforça a necessidade de medidas de melhor alocação e eficiência no uso de recursos dos quais as companhias de saúde dispõem.

A diversidade de serviços prestados

Ao abordar, unicamente, as empresas de saúde com capital aberto em bolsa de valores (B3), nota-se uma grande diversidade referente ao tipo de serviço prestado por cada companhia, o setor de saúde privado não se limita, exclusivamente, às redes hospitalares privadas.

Existem empresas voltadas à exames e diagnósticos de variadas formas, podemos destacar neste subsetor os diagnósticos por imagem, exames de sangue, exames de rotina em geral, entre outros.

Um setor que ganha, progressivamente, destaque no Brasil é o setor odontológico, tanto em virtude dos aumentos de cuidados odontológicos quanto em função de procedimentos de caráter estético. Assim como é crescente a demanda por cirurgias plásticas e procedimentos eletivos (não-emergenciais) como um todo.

Inseridas no setor de saúde, estão também as atividades relacionadas a medicamentos. Tanto no setor de varejo (venda) de medicamentos quanto de produção deles há empresas listadas na bolsa de valores brasileira.

Além disso, é ascendente no Brasil o setor relacionado à saúde animal.

As grandes redes hospitalares existentes, que variam nos atendimentos e serviços que fornecem através de suas instalações. Em geral, estas redes possuem seus próprios hospitais e clínicas e, por meio destas instalações, possuem serviços em comum entre si e serviços diferenciados entre as companhias.

O setor de saúde na bolsa de valores

Existem diversas empresas, na bolsa de valores brasileira (B3), que podemos citar como exemplo da amplitude do setor de saúde no Brasil:

  • Grupo Fleury (ações FLRY3): Através de várias marcas, e presente em diversas regiões do Brasil, o Grupo Fleury atua majoritariamente no setor de exames e diagnósticos;
  • Raia Drogasil (ações RADL3): Atua, principalmente, no varejo (comercialização) de medicamentos, é uma das maiores redes de farmácias do Brasil e possui concentração de seus negócios no estado de São Paulo. Além disso, atua por meio de outras marcas, complementares à principal, em função dos segmentos de renda que visa atender;
  • Odontoprev (ações ODPV3): Companhia relevante no fornecimento de planos odontológicos, tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina;
  • Ouro Fino (OFSA3): Empresa atuante no mercado de saúde animal;
  • Rede D'Or (ações RDOR3): Presente em diversas regiões do Brasil, a Rede D'or atua por meio de seus próprios hospitais e clínicas;
  • Hypera Pharma (ações HYPE3): Trata-se de uma das empresas mais relevantes do ramo farmacêutico no Brasil, proprietária de múltiplas marcas de medicamentos conhecidas popularmente;

Estas e outras empresas possuem ampla relevância no ambiente da bolsa de valores, assim como possuem grande importância no fornecimento de serviços e produtos ligados à saúde.

A adaptação ao universo digital

Assim como outros setores, o setor de saúde sofre, atualmente, diversas transformações relacionadas à adaptação das atividades à uma maior integração digital.

Há diversas aplicações nas quais a digitalização pode aumentar a eficiência do setor de saúde como um todo, como exemplo, a utilização de compras digitais em aplicativos de farmácias, o agendamento de atendimentos por plataformas digitais e ferramentas de aquisição preliminar de dados do paciente, tanto dados pessoais quanto referentes aos eventuais sintomas vivenciados por ele. Em geral, a adaptação do setor de saúde à era digital é crescente e tende a ser benéfica à eficiência econômica e de atendimento das companhias de saúde.