Conheça o setor varejo

Confira os detalhes do setor varejo

Escrito por:

Marjoel Moreira

Devido à existência de empresas listadas na bolsa de valores brasileira, a B3, e da ampla variedade de atuações dessas companhias, não faltam opções ao investidor que deseja realizar investimentos em empresas atuantes no varejo.

Como exemplo de nichos existentes no setor de varejo, temos:

  • Varejo de roupas;
  • Varejo de joias;
  • Varejo de eletrônicos e eletrodomésticos;
  • Varejo de itens esportivos;
  • Varejo de livros;
  • Entre outros.

O setor de varejo está em um processo de transformação, devido às adaptações ao comércio e transações digitais.

O setor de varejo no Brasil

O comércio varejista brasileiro, ao longo do tempo, se mostrou um setor que é necessário uma boa gestão, tanto financeira quanto de estoques, para se perpetuar no tempo, assim como é necessária a adaptação às novas estratégias de vendas, em múltiplos canais. Várias grandes distribuidoras brasileiras faliram devido a uma gestão insuficiente, aliada a um ambiente comercial desfavorável. Além disso, alguns dos atuais varejistas que estão liderando ondas de crescimento e aquisições são casos de turnaround, que nada mais é que, recuperação de empresas com dificuldades nos negócios. Apesar de ser um setor crescente, o setor de varejo impõe algumas dificuldades às empresas envolvidas.

Uma importante métrica no setor de varejo, abordada por várias empresas em seus relatórios de resultados, é o GMV (Gross Merchandise Volume – Volume Bruto de Mercadorias). Este indicador é o valor monetário (R$, US$...) bruto das mercadorias vendidas por uma varejista, de determinado nicho, durante um período de tempo. O indicador é considerado relevante para avaliar o crescimento da venda de mercadorias, especialmente em empresas que ainda não geram resultados positivos ou que se espera uma melhora de resultados econômicos nos períodos seguintes.

Existem empresas que vendem diferentes produtos, bem como uma grande variedade de estratégias envolvidas nas vendas desses produtos. Assim, ao investir no comércio varejista é necessário conhecer tanto as características gerais do setor quanto às características particulares da empresa analisada, porque algumas empresas têm estratégias singulares que fogem à média do setor consolidado.

Vale destacar que, assim como todos os setores da economia, o setor de varejo encontra-se, atualmente, em constante transformação, principalmente em função da adaptação das atividades do setor ao ambiente de vendas, captação de clientes e realização de transações por meios digitais. Sendo assim, devido a uma série de fatores, novas estratégias estão sendo adotadas por grandes varejistas em prol de aumentar sua lucratividade como, por exemplo:

  • A implementação de Marketplaces: Plataforma em que vendedores de outras lojas podem vender seus produtos através da plataforma de uma grande varejista, utilizando a confiabilidade de sua marca. Portanto, a varejista lucra por meio de comissões e não necessita de possuir o produto vendido em seu estoque.
  • Retirada de compras online na loja física: Realizando, dessa forma, a integração entre os meios digitais e a infraestrutura física;
  • Redes logísticas próprias: A varejista lucra tanto com a entrega de seus próprios produtos quanto com a entrega de produtos de terceiros;
  • Entre outras.

Diversas redes varejistas oferecem serviços adicionais aos produtos vendidos, para aumentar sua lucratividade. Isso porque, muitas vezes, a margem líquida da venda de produtos é baixa, assim como o fato de que varejistas, normalmente, necessitam de grandes quantias para capital de giro, característica básica do setor de varejo.

A atuação das varejistas não se limita, unicamente, à venda de produtos através dos meios físicos e digitais. Muitas companhias inseridas neste setor oferecem serviços como:

  • Cartões de crédito da loja;
  • Seguros;
  • Serviços de transações financeiras;
  • Plataformas de marketplace;
  • Entre outros.

Estes serviços atuam como complementos aos serviços básicos de varejo.

Riscos do Setor de Varejo

Em momentos de crise econômica, os resultados financeiros das varejistas tendem a ser altamente prejudicados devido à suposta queda na demanda por itens, assim como pelo alto custo de manutenção de estruturas de lojas físicas, prazos de pagamento aos fornecedores, entre outros.

Além disso, o Brasil muitas vezes representa um ambiente de negócios desfavorável para o setor varejista. Isso é justificado, pelo fato de que no país ocorrem múltiplos momentos de instabilidade cambial. Uma vez que diversos produtos têm exposição de parte de seu preço ao dólar, por possuírem componentes importados, isso prejudica as empresas varejistas em momentos de desvalorização da moeda nacional. Afinal, as companhias ficam impossibilitadas de reajustar preços sem prejudicar seu nível de demanda.

O cenário de instabilidade da taxa de câmbio, além do fato que, geralmente, os produtos vendidos terem baixa margem líquida, geram um cenário em que a desvalorização repentina da moeda nacional pode, facilmente, trazer prejuízos às firmas de varejo.

Podemos citar a exposição do setor varejista aos níveis de juros praticados para o financiamento/parcelamento da compra de bens. Isso ocorre em virtude de juros menores estimularem os clientes a consumirem mais, assim como possibilitam às empresas se alavancarem por meio de dívidas e financiar novos projetos de expansão ou aquisições.

O setor de varejo na bolsa de valores

Existem diversas empresas inseridas neste setor, com capital aberto na bolsa de valores brasileira (B3). Entre elas, existe uma ampla variedade de estratégias e de produtos comercializados. Para fins de exemplo, cita-se entre outras companhias, as seguintes:

  • Magazine Luiza (ações MGLU3): Atua no varejo de múltiplos itens por meio de uma infraestrutura tanto digital quanto física, assim como pela interligação entre ambas. Possui uma estratégia de crescimento nos meios digitais, assim como atua com marketplace e aquisições de outras companhias;
  • Petz (ações PETZ3): Operacionaliza uma estrutura tanto digital quanto física e tem como foco a venda de produtos e serviços com foco na saúde e no cuidado de animais. Possui sua linha de venda de produtos e serviços, assim como possui sua própria rede de hospitais veterinários;
  • Lojas Renner (ações LREN3): Varejista presente em diversas regiões do Brasil, possui foco na comercialização na venda de roupas e acessórios diversos (maquiagens, perfumes, relógios, entre outros). Além disso, é proprietária de outras marcas, pelas quais oferece serviços à diferentes nichos e segmentos do setor de varejo, ou seja, não se limita apenas ao vestuário;
  • Via (ações VIIA3): Principal competidora da Magazine Luiza, atua na comercialização de múltiplos itens e é controladora das marcas Casas Bahia e Ponto Frio;
  • Saraiva (ações SLED3, SLED4): Atua, majoritariamente, no comércio de livros;
  • Centauro - Grupo SBF (ações SBFG3): Comercializa, principalmente, itens esportivos como, por exemplo, tênis, camisas, shorts, bicicletas, pesos, bolas, raquetes, entre diversos outros;
  • Lojas Americanas (ações LAME3, LAME4): Uma das mais relevantes redes de varejo de todo o Brasil. Assim como a MGLU3, atua com plataformas digitais, marketplace para outros vendedoras e com uma rede logística relativamente personalizada para seus serviços. Além disso, atua também na integração dos universos digitais e físicos, assim como oferece soluções financeiras aos clientes;

Essas, e muitas outras empresas, estão inseridas no setor de varejo brasileiro. A partir da descrição resumida delas, já é possível perceber a várias estratégias adotadas dentro do setor de varejo. Logo, são diversas as companhias atuantes sobre o varejo, tanto com a venda de produtos quanto com o oferecimento de soluções complementares ao cliente.

Conforme a transformação digital acontece, várias redes varejistas estão consolidando sua própria rede logística. Por meio de sua evolução logística, as empresas visam tanto otimizar seu tempo de entrega, quanto aumentar seus resultados financeiros e otimizar custos ao cliente. Portanto, é esperado que diversas das redes passem a adotar o oferecimento de serviços logísticos aos seus clientes e vendedores de marketplace nos próximos anos.