Escrito por:

Marcilio Lima

O XFIX11 é o primeiro ETF que replica a performance do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecido como IFIX, presente no ambiente de negociação da bolsa brasileira.

Lançado no decorrer do ano de 2020, o XFIX11 é gerido pela XP Asset e adota uma estratégia de gestão passiva, ou seja, que se resume a adquirir os mesmos ativos presentes no portfólio do IFIX.

O IFIX, por sua vez, se trata de um índice de mercado que, de forma semelhante ao IBOV, é composto por uma carteira teórica, só que neste caso, composta por fundos imobiliários (FIIs).

Em relação ao rendimento XFIX11, por refletir o Índice de fundos imobiliários, sua rentabilidade é semelhante ao IFIX.

Já no que diz respeito ao preço da cota, o XFIX é extremamente acessível a qualquer investidor e custa, no ambiente de negociação da B3, em torno de R$10. Além disso, o fundo não apresenta taxa de performance, taxa de carregamento, taxa de gestão, taxa de saída, cobrando apenas uma taxa de administração de 0,3% ao ano.

A estratégia do XFIX11

Em linhas gerais, o XFIX11 possui como objetivo o fornecimento de um canal que possibilita a exposição ao mercado imobiliário, de forma prática e diversificada.

Adicionalmente, o fundo fornece uma estrutura acessível, em termos de valor de cota e de custos de administração.

Para cumprir com seu objetivo, o ETF realiza investimentos por meio de uma estratégia de gestão passiva. Essa estratégia se refere a comprar somente os mesmos ativos que compõem o IFIX.

Portanto, no caso do XFIX11, não há um gestor que escolhe ativos específicos para a carteira do fundo. Os gestores somente replicam a carteira teórica do IFIX.

Vale destacar que o fundo é composto por uma carteira com 95% dos ativos presentes no IFIX. Os 5% restantes são uma margem que o fundo pode destinar para em caixa ou outros ativos e proteções.

Em complemento, para compor a carteira do IFIX e, indiretamente, do XFIX11, o fundo imobiliário deve atender aos seguintes critérios:

  • Ser negociado e possuir presença em 60% dos pregões compreendidos nos períodos de vigência das últimas carteiras formadas pelo índice. Isso se trata de um forte indicador de liquidez do fundo para negociação em bolsa;
  • O FII precisa estar inserido entre os demais ativos que, durante as últimas 3 carteiras, representaram 99% da negociabilidade, em ordem decrescente;
  • Não ser um fundo conhecido como ação-tostão, resumidamente nesse caso as cotas devem valer mais de R$1;

Com base nesses parâmetros, a B3 seleciona o FII com melhor qualidade de transação. Portanto, é certo que os investidores não incorrerão em recursos de qualidade questionável na carteira XFIX11.

Quais ativos compõem a carteira do XFIX11?

Como o fundo replica o desempenho do IFIX, sua carteira consiste principalmente nos mesmos ativos do IFIX.

A julgar pela carteira teórica de índices de FIIs, a carteira XFIX11 tende a ser bastante diversificada, com mais de 80 ativos.

Em geral, no entanto, ativos com maiores volumes de negociação tendem a afetar a participação do XFIX11 por uma margem maior.

Vantagens do XFIX11

A primeira grande vantagem se trata da ampla diversificação que o fundo proporciona ao investidor. Com um baixo aporte inicial, o XFIX11 permite que o investidor esteja diversificado em mais de 80 ativos.

Isso pode ser muito interessante para o investidor tendo em vista que o risco é diluído entre os ativos que compõem a carteira.

Em um cenário hipotético no qual um dos fundos vá a zero em valor de mercado, a perda máxima do investidor não iria ultrapassar, na média, 5%, o que é uma volatilidade aceitável em ambiente de bolsa de valores.

Além da vantagem da diversificação, os custos de gestão extremamente baixos para os investidores também são uma vantagem. Afinal, o XFIX11 cobra uma taxa de administração de 0,3%.

Além disso, há uma vantagem em termos de acessibilidade, que permite que iniciantes e investidores com menos capital ganhem exposição ao mercado imobiliário. Para se ter ideia, em julho de 2022 uma cota do fundo custava em torno de R$10, isso torna o mercado de fundos imobiliários extremamente acessível.

Desvantagens do XFIX11

Em um primeiro momento, tem-se uma desvantagem tributária presente no fundo, relacionada aos dividendos pagos pelos FIIs que o compõem.

Em um cenário normal, os dividendos de FIIs são isentos de imposto de renda (IR). Entretanto, dado que os dividendos recebidos na estrutura do IFIX11 são reinvestidos em sua estrutura e que a venda de cotas do fundo com lucro é tributada, os dividendos se tornam, parcialmente, tributados.

Assim sendo, o investidor paga IR em uma fatia de seus dividendos, que vindo diretamente dos FIIs seriam isentos, até o momento.

Além disso, tem-se como desvantagem o fato de que o investidor não receberá, por meio do XFIX11, os dividendos em sua conta, como ocorre nos demais fundos imobiliários. Portanto, a partir disso, o investidor perde a liberdade de reinvestimento de dividendos em ativos de sua escolha, assim como perde a geração de renda passiva via dividendos.

Outra desvantagem presente no XFIX11 é a exposição em fundos com eventual desvantagem. Podem existir dentro do IFIX, por exemplo, fundos mono-imóveis (não diversificados), com alta vacância, com problemas com locatários, entre outras questões. Essa é uma das principais desvantagens em dispensar a escolha ativa dos investimentos da carteira.

Por fim, em virtude da alta diversificação, o retorno do investidor tende a ser igual à média do mercado. Isso, de certa forma, representa uma desvantagem, visto que diversos fundos imobiliários superaram a performance do índice geral.

Como comprar cotas do XFIX11?

O processo de compra das cotas de XFIX11 é bastante simples. Em primeiro lugar, é necessário recorrer a uma corretora de valores para negociar os ativos.

Com o dinheiro na conta, o investidor já pode acessar o home broker e começar a operar. Para isso, ele deve inserir o código de negociação XFIX11 e preencher os dados básicos referente a quantidade e preço.

Uma vez inserido a quantidade desejada e o preço pelo qual se deseja comprar o ETF, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a mesma foi completamente executada.

Uma dica para acelerar o processo de execução integral de uma ordem é realizá-la no mercado.

Para isso, basta selecionar a opção “ordem a mercado” e o sistema da corretora irá, automaticamente, realizar a compra dos ativos conforme a melhor oferta disponível no instante em que a ordem for emitida.

O XFIX11 paga dividendos?

Não! O XFIX11, apesar de se tratar de um ETF que é composto por uma carteira de fundos imobiliários, não distribui dividendos aos cotistas.

Em linhas gerais, os dividendos pagos pelos FIIs que compõem o portfólio são reinvestidos dentro da própria estrutura do XFIX11.

A partir disso, de certa forma, o investidor recebe os dividendos por meio da valorização da cota do ETF a longo prazo, dado que os dividendos são incorporados ao valor da cota em virtude de serem reinvestidos.

Com base nisso, o XFIX11 não é uma ferramenta útil para formar um portfólio focado em dividendos.

O XFIX11 possui imposto de renda?

Sim! Tanto o XFIX11 quanto os demais ETFs listados no ambiente de negociação da B3 possuem a cobrança de imposto de renda (IR).

Inicialmente, o imposto de renda é incidente somente sobre o lucro, logo, o investidor não precisa pagar IR se vender suas cotas com prejuízo.

A partir disso, operações de compra e venda realizadas em dias diferentes (Swing Trade) e com lucro, são tributadas em uma alíquota de 15% sobre o ganho de capital.

Enquanto as operações de compra e venda realizadas, com lucro, no mesmo dia (Day Trade) possuem a tributação de 20% sobre o lucro.

Vale destacar que o recolhimento e pagamento do imposto devido, assim como seu cálculo, é de responsabilidade do próprio investidor. Logo, é necessário que o investidor contabilize seus preços de compra e venda, para obter o valor de seu lucro, e pague o imposto de renda devido via DARF, como em ações e FIIs.

Por fim, cabe destacar que tanto o XFIX11 quanto os demais ETFs da bolsa brasileira não desfrutam da isenção de IR nas vendas com montante abaixo de R$20 mil por mês. Nesse caso, a isenção é válida somente para ações.

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