Quando o fundo de investimento aplica mais de 80% do seu patrimônio líquido em ativos de Renda Fixa emitidos pelo Governo Federal, mas negociados no mercado externo, os quais correspondem à dívida externa do Brasil, ele recebe o nome de Fundo de Dívida Externa. Os 20% restantes podem ser aplicados em títulos de crédito, também negociados fora do país.
Tal definição é da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Investir em Fundos de Dívida Externa é uma forma de diversificar a carteira e não exige um grande aporte financeiro inicial. Algumas instituições financeiras permitem o investimento inicial entre R$ 1.000 e R$ 5.000.
Contudo, na contramão de muitos ativos de Renda Fixa, essa modalidade não recebe proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FCG). Porém, se o gestor de fundo for capacitado e qualificado, esse não será um problema. Inclusive, a taxa de administração em Fundos de Dívida Externa costuma ser mais elevados do que em outros fundos de investimento.
Outro aspecto a ser monitorado é a tributação. Há incidência de cobrança de imposto sobre o lucro e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em aplicações que duram até 30 dias. Há ainda o come-cotas, uma espécie de adiantamento na cobrança de Imposto de Renda, que acontece duas vezes por ano (em maio e em novembro), a cada seis meses, o qual corresponde a 20% da cobrança do Imposto de Renda e se apresenta na redução de cotas em custódia do investidor.
Um dos principais pontos de atenção em um Fundo de Dívida Externa é o que se chama risco-país, que pode ser definido como a perda global na confiabilidade em uma nação em pagar suas dívidas, nesse caso, o Brasil. Com esse cenário, o valor do papel moeda cai, o Real, bem como o valor das cotas do fundo, e o dólar valoriza-se.
Dessa maneira, um Fundo de Dívida Externa tem a sua rentabilidade conectada a três fatores que se relacionam entre si. O primeiro deles é o valor de juros pagos pelos títulos; o segundo diz respeito à performance desses títulos no mercado externo; e o terceiro e último se relaciona com a oscilação cambial.
De acordo com o Banco Central (Bacen), o Brasil é capaz de honrar a sua dívida externa desde 2008, o que tende a transmitir uma boa imagem do país para as nações estrangeiras. Diante desse cenário, investir em Fundos de Dívida Externa se mostra como uma opção viável e atrativa para investidores em geral.