Escrito por:

Beatriz Stanis

Há várias modalidades de fundos de investimento disponíveis no mercado. Todos elas apresentam características específicas, como apenas investir em renda variável ou renda fixa, ou ainda alocar capital em títulos de dívida pública ou privada. Porém, em todos os tipos de fundo tradicionais, há uma característica em comum: funcionar através de um regulamento delimitado.

Nesse sentido, se no estatuto do fundo, é possível apenas investir em renda fixa, o gestor não pode fazer operações de outra natureza, como aplicar capital em ações.

É aqui que o Fundo Hedge se afasta dos demais fundos de investimento. Nessa modalidade, o gestor tem mais liberdade para alocar o capital dos investidores, sem haver o limite de políticas restritas, como o restante dos fundos.

Há essa liberdade porque o principal objetivo de um Fundo Hedge é conseguir rentabilidades altas aos investidores. Por isso, o gestor pode usar técnicas extremamente arrojadas de investimento, como Day Trade com ações, aplicações em títulos privados, operar com Opções ou Swaps, investir na volatilidade das commodities, moedas e outras técnicas sofisticadas do mercado financeiro.

Esta metodologia de investimento tem se popularizado bastante nos Estados Unidos, por colocar as instituições financeiras Bridgewater Associates e Blackrock no radar de muitos aficionados pelo mercado de capitais. Os famosos investidores Ray Dalio e George Soros também ficaram conhecidos por democratizar Hedge Funds.

Vale mencionar que os Fundos de Hedge operam sobretudo com a renda variável, especialmente em momentos de baixa do mercado (bear market), o que torna as operações financeiras ainda mais arriscadas, mas com maior possibilidade de retorno.

Além disso, o gestor pode operar com alavancagem, ou seja, usar mais patrimônio do que o disponível no momento, pode fazer vendas a descoberto e operar com aluguel de ações.

Estas operações são complexas e arriscadas, porém, se bem executadas, podem trazer rendimentos muito acima da média aos cotistas do Fundo Hedge, estes que, por sua vez, precisam entender que as operações são arriscadas e confiar no gestor do fundo.

Por conta de tudo isso, a transparência na gestão é, muitas vezes, incerta ou pouco específica, em mais um fator que afasta o Fundo Hedge dos fundos de investimento tradicionais. Apesar dos custos operacionais serem reduzidos, há a cobrança de taxas de performance e de administração.

Ainda, tais fundos são poucos acessíveis, visto que tais fundos são destinados majoritariamente ao público de alta renda, sem mencionar que alguns desses fundos são fechados ou apenas para investidores qualificados (cujo patrimônio supera R$ 1.000.000).

Outra característica de um Fundo Hedge é o grau de sigilo presente nas operações. Em muitos casos, não há nem mesmo registro do fundo na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulador do mercado de capitais.

Esse produto de investimento é recomendado apenas para investidores arrojados e mesmo esses precisam tomar cuidado com esse tipo de operações, especialmente não investir grandes parcelas do patrimônio em Hedge Funds. Entender a competência do gestor, a taxa histórica de rentabilidade do fundo e analisar o risco/retorno também é fundamental.

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