Escrito por:

Marcilio Lima

O Hashdex Nasdaq Ethereum Reference Price FDI, listado na bolsa de valores brasileira por meio do código de negociação ETHE11, se trata de um fundo de índice (ETF) que tem o objetivo de replicar a variação do valor de mercado da criptomoeda Ethereum.

Por meio de uma estrutura com alta praticidade e de baixo custo, o ETHE11 visa espelhar a valorização do Ethereum por meio do espelhamento do índice Nasdaq Ethereum Reference Price.

O índice, por sua vez, foi implementado pela Nasdaq, uma das bolsas de valores dos Estados Unidos, para metrificar o valor de mercado da criptomoeda no ambiente institucional de bolsa de valores.

Em linhas gerais, o ETHE11 se destaca ao fornecer, aos investidores em geral presentas na B3, uma solução de alta praticidade para exposição à valorização do Ethereum. Haja visto que toda a exposição no ETF pode ser feita por meio de uma corretora convencional, por meio do ambiente de negociação da B3.

Com relação ao ativo subjacente, o Ethereum, é interessante destacar o amplo potencial que o mesmo possui, em alinhamento com tendências do mercado. Mais que uma criptomoeda, a rede do Ethereum se trata de uma infraestrutura relevante para o avanço de plataformas descentralizadas de finanças (movimento de DeFi).

A partir da rede do Ethereum, ou seja, de sua blockchain é possível tanto transacionar valores quanto firmar contratos inteligentes (smart contracts), registras NFTs (non-fungible tokens), entre outras atividades no universo de criptomoedas.

Consequentemente, por meio da estrutura do ETHE11, o investidor se expõe ao amplo potencial de valorização da criptomoeda, em virtude das vantagens que ela apresenta ao mercado e às evoluções de finanças descentralizadas.

Além disso, por meio da estrutura do fundo, o investidor realiza sua exposição ao Ethereum com segurança, tanto em termos de custódia quanto em termos de uma estrutura juridicamente definida.

Por fim, vale mencionar que o ETHE11 é constituído sobre a forma de condomínio fechado.

Resumidamente, nesse caso, o investidor ao invés de resgatar seu dinheiro do fundo, terá de vender suas cotas no ambiente de negociação da B3. Um fundo tipo “condomínio fechado” é comprado e vendido na bolsa, como ações e FIIs.

A estratégia do ETHE11

Conforme já mencionado, o ETHE11 possui como seu objetivo a replicação do valor de mercado da criptomoeda Ethereum, antes de seus custos administrativos, atualmente reduzidos.

A partir disso, o fundo adota estruturas para replicar a variação do valor de mercado da criptomoeda, por meio de uma estrutura de baixo custo ao investidor.

Em prol de cumprir com seu objetivo, de replicação do valor do Ethereum, o ETHE11 visa espelhar o desempenho do índice Nasdaq Ethereum Reference Price. Tal índice, por sua vez, foi implementado pela Nasdaq e empresas parceiras com o objetivo de refletir o preço do Ethereum no mercado.

Em termos operacionais, para gerar o espelhamento do valor do Ethereum, o ETHE11 adota diferentes instrumentos financeiros.

O principal instrumento adotado, dentre os demais, é o investimento no Hashdex Nasdaq Ethereum ETF, custodiado nas Ilhas Cayman e listado por meio do código de negociação HETH.BH.

O fundo custodiado no exterior é o que se chama no mercado financeiro de fundo master, ou seja, a estrutura na qual um fundo investe e que realiza as operações e custódia de ativos.

Como consequência, por meio do fundo master ou diretamente via mercado, o ETHE11 pode também atuar com a custódia direta de Ethereum ou com operações no mercado futuro, a fim de replicar seu valor.

Em complemento, toda a estratégia do ETHE11 visa entregar praticidade e baixo custo ao investidor. O principal meio para isso é a adoção da gestão passiva, que tem o objetivo de somente replicar a variação do preço do Ethereum, ao invés de tentar superá-la no mercado.

Por meio da gestão passiva, o fundo é capaz de exercer um custo administrativo reduzido e, como consequência, replicar de forma mais fiel a variação do Ethereum.

A aquisição de suas cotas é altamente prática e pode ser realizada completamente dentro do ambiente de negociação da B3.

Quais ativos compõem a carteira do ETHE11?

Conforme anteriormente abordado, o ETHE11 adota, majoritariamente, instrumentos financeiros custodiados no exterior para cumprir com seu objetivo de replicar a performance do Ethereum.

O principal instrumento adotado pelo ETHE11 é o fundo Hashdex Nasdaq Ethereum ETF, custodiado nas Ilhas Cayman, que por sua vez realiza a custódia e operações com Ethereum ou ativos baseados na criptomoeda.

Adicionalmente, o fundo pode utilizar operações no mercado futuro, assim como a custódia direta da criptomoeda, para replicar sua performance.

Vantagens do ETHE11

Inicialmente, o ETHE11 fornece, aos investidores, uma grande vantagem em termos de praticidade e acessibilidade ao mercado de criptomoedas, especificamente de Ethereum.

Em um primeiro momento, a compra a custódia de criptomoedas é, atualmente, um assunto nebuloso, especialmente aos investidores iniciantes.

O ETHE11 resolve tal questão ao fornecer um meio de exposição ao Ethereum através da bolsa de valores e das corretoras já conhecidas, por meio das quais as cotas do fundo podem ser adquiridas.

Adicionalmente, a estrutura do ETHE11 é, completamente, acessível com um baixo valor inicial. No atual momento (abril de 2022), a cota do fundo é negociada por um valor inferior a R$50 na B3, o que torna o fundo facilmente acessível com um baixo valor.

Além disso, uma vantagem clara se apresenta, ao investidor, em termos de segurança. Inicialmente, isso ocorre na custódia de criptoativos, que pode ser algo arriscado ao investidor iniciante em virtude da possibilidade de erros, que tornam criptomoedas irrecuperáveis, e de eventuais fraudes cibernéticas.

Tem-se a segurança jurídica gerada pela estrutura do fundo, que é regulada e cumpre normas tanto legislativas quanto da própria B3 em prol da proteção dos investidores.

Como uma consequência de uma estrutura regulamentada, o ETHE11 contribui para a evolução do mercado de criptomoedas. Em linhas gerais, isso contribui tanto para a confiança de investidores pessoa física (PF) quanto para a entrada de investidores institucionais no mercado de criptomoedas.

Por fim, tem-se as vantagens relacionadas ao baixo custo da estrutura do fundo. Inicialmente, tem-se o fato de que o ETHE11 possui uma baixa taxa de administração, o que onera menos seus investidores.

Tem-se a vantagem tributária relacionada à ausência da antecipação semestral de impostos, presente em alguns fundos negociados diretamente em plataformas de corretoras, chamada de “come-cotas”.

Desvantagens do ETHE11

Primeiramente, no ETHE11, está presente a desvantagem presente em demais fundos de gestão passiva: a falta de liberdade para que o investidor escolha ativos para a carteira.

Em geral, fundos de gestão passiva visam replicar o desempenho de algum ativo ou índice, isso impede que o investidor tenha poder de votar sobre a composição da carteira do fundo.

Ainda em termos de composição da carteira, a ausência de diversificação é uma desvantagem, haja visto que no ETHE11 o investidor tem exposição somente ao Ethereum. Há demais fundos, inclusive da mesma gestora, que são diversificados em mais de uma criptomoeda, o que contribui para a mitigação de risco.

Em complemento, ao investir por meio de um ETF, o investidor perde a vantagem de desfrutar das funcionalidades do uso direto da criptomoeda, tornando-se exposto somente à sua valorização, porém não exposto ao seu uso.

De modo geral, o Ethereum, além de permitir transações, é base para a celebração de contratos inteligentes, entre outras funcionalidades às quais o investidor perde a possibilidade de acesso.

Quais são os riscos do ETHE11?

O principal risco relacionado ao investimento em ETHE11 se trata do risco de mercado. De modo geral, o risco de mercado se refere à possibilidade de variação de preços e volatilidade em ativos.

A partir disso, o principal risco envolvido no ETF se trata da variação do valor de mercado do Ethereum, que pode apresentar variações significativas e altas volatilidades em determinados momentos.

Portanto, é crucial que o investidor esteja ciente de que, no ETHE11, não há uma rentabilidade garantida.

A rentabilidade do fundo é, praticamente, dependente da valorização do Ethereum.

Vale lembrar que o administrador e o gestor do fundo não são responsáveis por rentabilidade negativa no fundo.

Taxas do ETHE11

Na estrutura do ETHE11 tem-se presente, como custo ao investidor, somente a taxa de administração do fundo. A taxa de administração do ETHE11 incide por meio de uma porcentagem de 0,7% ao ano.

O valor em questão é composto por 0,1% ao ano da estrutura presente na bolsa brasileira, o ETHE11, e por 0,6% ao ano da estrutura custodiada no exterior, na qual o ETHE11 investe para replicar a variação do Ethereum.

Em complemento, não são presentes no ETHE11 custos como: taxa de performance, taxa de entrada, taxa de saída, taxa de gestão, taxa de custódia, entre outras.

Entretanto, é interessante destacar que determinadas corretoras, até o atual momento, cobram corretagem para a compra e venda de ETFs, como o ETHE11.

Como comprar cotas do ETHE11?

O processo de compra das cotas de ETHE11 é bastante simples. Em um primeiro momento, é necessário recorrer a corretora de sua preferência, na qual se pode negociar ativos em bolsa. Em seguida, basta inserir o código de negociação ETHE11 e preencher os dados básicos da ordem: quantidade e preço.

Uma vez inserido o código de negociação, basta inserir a quantidade desejada e o preço pelo qual se deseja comprar tal quantidade de cotas.

Feito isso, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a ordem foi completamente executada.

Adicionalmente, uma boa forma de agilizar a execução integral de uma ordem é realizá-la a mercado.

Para isso, basta selecionar a opção “ordem a mercado” e o sistema digital de sua corretora irá, automaticamente, realizar a compra de cotas conforme a melhor oferta disponível no instante em que a ordem for emitida.

Qual é o público-alvo do ETHE11?

O ETHE11 possui os investidores em geral como seu respectivo público-alvo.

Conforme o portal de relações com investidores da gestora, o fundo visa estar disponível para qualquer investidor que compreenda os riscos e o objetivo de investimento do ETF.

A partir disso, qualquer investidor, tanto pessoa física (PF) quanto pessoa jurídica (PJ), pode adquirir cotas de ETHE11.

Para isso, basta ter acesso a uma corretora de valores, na qual se pode negociar ativos por meio do ambiente de negociação da B3.

Não há qualquer barreira para a compra de cotas de ETHE11, tanto em termos de patrimônio mínimo do investidor quanto em termos de sua qualificação técnica.

O ETHE11 paga dividendos?

Não! Tanto o ETHE11 quanto os demais ETFs listados no ambiente de negociação da B3 não distribuem dividendos aos seus respectivos cotistas.

Isso ocorre com base no fato de que a custódia de Ethereum, ou de ativos que são expostos à variação de preço de mercado, não gera fluxo de caixa a ser distribuído aos investidores.

Portanto, o principal foco do investimento no ETF ETHE11 se trata da valorização de suas cotas como meio para auferir lucro.

Em complemento, isso ocorre com base em entraves técnicos e regulatórios presentes na bolsa de valores brasileira e referentes aos ETFs.

A partir disso, ETFs que recebem dividendos e fluxos de caixa reinvestem os proventos recebidos dentro da própria estrutura do fundo, na proporção adequada para manter o espelhamento do índice de referência.

Assim sendo, os dividendos recebidos por ETFs são, a longo prazo, incorporados no valor da cota.

Por fim, vale destacar que o ETHE11 não é um instrumento útil para compor uma carteira com foco no recebimento de dividendos, em virtude do fato de que o fundo não distribui dividendos em qualquer momento.

O ETHE11 possui imposto de renda?

Sim! A incidência da cobrança de imposto de renda (IR) é presente tanto no ETHE11 quanto em todos os demais ETFs listados no ambiente de negociação da bolsa de valores brasileira.

O imposto de renda em ETFs é cobrado somente sobre o lucro auferido em momentos nos quais ocorre a venda de cotas com lucro, também chamado de ganho de capital em termos tributários e de mercado.

A partir disso, nas operações em que a compra e a venda, com lucro, ocorrem no mesmo dia, o imposto de renda devido é de 20% do lucro gerado na movimentação. Tais movimentações, que ocorrem por completo no mesmo dia, são chamadas de Day Trade.

Ao passo em que nas operações de compra e venda em dias diferentes, chamadas de Swing Trade, a tributação é de 15% sobre o lucro auferido na operação.

Por fim, é crucial destacar que tanto nos investimentos em ETHE11 quanto nos demais ativos em bolsa, o cálculo, recolhimento e pagamento do imposto de renda devido é de responsabilidade, exclusivamente, do investidor, não sendo o imposto devido retido na fonte, como na renda fixa, por exemplo.

Logo, o investidor deve, por conta própria ou por meio de uma consultoria contábil, calcular seu lucro e o imposto devido. Em seguida, deve-se realizar o pagamento do IR devido por meio de DARF.

O ETHE11 possui isenção de IR para venda até R$20 mil por mês?

Não! Tanto o ETHE11 quanto todos os demais ETFs presentes no ambiente de negociação da B3 não desfrutam da isenção de imposto de renda (IR) para a venda de cotas, com lucro, limitada a uma quantia total de R$20 mil por mês.

O benefício tributário em questão é válido somente para a venda de ações, limitada a R$20 mil dentro do mês em si.

Assim sendo, tanto os ETFs quanto os fundos imobiliários não desfrutam da isenção de imposto abaixo de R$20 mil mensais.

Portanto, toda venda de ETHE11 e de demais ETFs, com lucro, é tributada conforme as condições mencionadas acima, independentemente do valor do lucro e do valor total da venda em questão.

Quanto rende o ETHE11?

O ETHE11 rende, de modo geral, a variação do ETF no qual investe no exterior, o Hashdex Nasdaq Ethereum ETF, que por sua vez é o instrumento utilizado para replicar a variação do Ethereum no mercado.

Vale destacar que tal rendimento ocorre antes dos custos administrativos e impostos incidentes sobre a estrutura.

Qual a diferença entre ETHE11 e HASH11?

Ambos são fundos geridos pela mesma gestora, a Hashdex, porém possuem diferentes propósitos dentro do universo de criptomoedas.

O ETHE11 tem o objetivo de entregar, ao investidor, a exposição exclusivamente ao Ethereum.

Já o HASH11 fornece uma exposição diversificada em diferentes criptomoedas, dentre as quais Bitcoin e Ethereum estão presentes.

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