Escrito por:

Marcilio Lima

O EGAF11 é um fiagro imobiliário, ou conhecido no mercado como um fiagro-FII. Basicamente, um fiagro se trata de um fundo de investimento nas cadeias produtivas do agronegócio. No caso de EGAF11, o fundo investe recursos no agronegócio por meio de operações de crédito agrícola, ou seja, por meio de investimentos de renda fixa que possuem atividades agrícolas como lastro.

Isso também torna o EGAF11 o que se chama, no mercado financeiro, de “fundo de papel”. Isso significa que o EGAF11 é um fundo que investe em papéis de renda fixa no mercado financeiro, ou em cotas de fundos e ações, ao invés de comprar imóveis físicos diretamente e explorá-los economicamente.

Operações de crédito agrícola se resumem a investimentos de renda fixa, que nada mais são que dívidas de empresas diversas, do setor agrícola, com o EGAF11 e seus investidores.

Em termos de relevância, o setor agrícola é, praticamente, um “carro chefe” para a economia brasileira. Nos dias atuais, o agronegócio brasileiro representa um total de, aproximadamente, 30% de todo o PIB brasileiro.

Na prática, o setor agrícola nacional exibe uma capacidade tanto de ser lucrativo quanto de apresentar crescimento das atividades ao longo do tempo. Em complemento, o agronegócio brasileiro possui tanto o potencial quanto uma necessidade de se expandir ao longo dos próximos anos.

Em geral, o agronegócio brasileiro é responsável tanto por alimentar porção relevante da população mundial quanto por fornecer diversas commodities necessárias mundo a fora.

Com o crescimento da população mundial, o agro brasileiro não tem outra opção exceto a de crescer, em prol de suprir demandas tanto internas quanto externas.

Frente a esse cenário, o Fiagro aparece como uma opção de investimento que permite que o investidor pessoa física (PF) invista no agronegócio com acessibilidade. Ao passo em que, para as empresas agrícolas, o fiagro se torna uma forma de captar maiores recursos, de uma maior quantidade de investidores, para financiar sua necessidade de crescimento nos próximos anos.

Dessa forma, o EGAF11 se alinha a esse propósito e representa uma opção altamente acessível para investimento em uma carteira diversificada de ativos com lastro no setor agrícola brasileiro. O fundo é acessível com em torno de R$100 no ambiente da B3, ao invés da necessidade de acumular milhões de reais para investir em imóveis agrícolas.

Como seu principal instrumento de investimento, o EGAF11 adota os CRAs, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Esses investimentos são realizados com base na estratégia de gestão ativa.

Em geral, a gestão ativa se resume a um acompanhamento e melhorias constantes da carteira, conforme oportunidades no mercado ou em relação aos ativos que já se encontram na carteira do fundo. Adicionalmente, o fundo possui determinados critérios, abordados a seguir, para a composição de sua carteira.

Em fundos de papel, como o EGAF11, uma boa gestão é parte crucial para agregar valor ao investidor, assim como para mitigar riscos relacionados à qualidade dos papéis adotados no portifólio.

A estratégia de gestão adotada pelo EGAF11 resulta em uma carteira diversificada em diversos aspectos, dentre ativos essencialmente agrícolas.

Operacionalmente, o fundo é constituído na forma de condomínio fechado, assim como os demais fundos imobiliários e parte dos fiagros. Isso significa que as cotas de EGAF11, em grande parte do tempo, trocam de mãos entre investidores por meio do ambiente da B3.

Para investir em EGAF11, compra-se de outro investidor. Para liquidar seu investimento, vende-se as cotas para outro investidor.

Qual é a estratégia do EGAF11?

O EGAF11 é um fiagro imobiliário, fiagro-FII, que possui o objetivo de gerar tanto renda quanto ganhos de capital, aos seus investidores, por meio de investimentos em ativos com lastro nas cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. A estratégia do fundo direciona recursos para investimentos de crédito agrícola, ou seja, renda fixa com lastro no agronegócio.

Operações de crédito agrícola representam dívidas de empresas do setor com o EGAF11 e seus investidores. A partir dos juros ou venda dessas dívidas, no mercado, o EGAF11 atua em prol de gerar valor.

Resumidamente, o EGAF11 direciona seu foco para o investimento em CRAs, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio).

Apesar de se tratar de um fundo bastante recente no mercado, o EGAF11 iniciou sua trajetória prezando pela diversificação da carteira do fundo. Isso é muito positivo e reduz uma série de riscos ao investidor, além de formar uma boa base para a evolução do fundo.

Atualmente, o EGAF11 é diversificado em pouco mais de 10 ativos. Nenhum dos ativos ocupa mais de 10% do patrimônio líquido do fundo.

Portanto, inicialmente, o EGAF11 é diversificado em número de ativos de forma bastante saudável, sem concentração excessiva em somente 1 papel, o que tornaria a performance do fundo muito dependente do andamento desse papel.

Em sequência, as operações das empresas devedoras ao EGAF11 são regionalmente diversificadas. Em fiagro, isso é crucial para evitar riscos relacionados a somente uma região, individualmente, que podem impactar as safras das empresas ou impactar empresas afetadas por elas.

Atualmente, o fundo possui empresas atuantes em diversos estados brasileiros como, por exemplo, os seguintes:

  • São Paulo (SP);
  • Paraná (PR);
  • Minas Gerais (MG);
  • Mato Grosso (MT);
  • Mato Grosso do Sul (MS);
  • Bahia (BA);
  • Goiás (GO);
  • Tocantins (TO);
  • Pará (PA);

Dentre essas regiões, o EGAF11 possui uma diversificação setorial, porém com foco no setor de insumos. O foco no setor de insumos é destacado pela gestão em virtude de relevância do setor no agronegócio.

Dentre os setores presentes na carteira do EGAF11, temos os seguintes:

  • Insumos – cooperativa;
  • Insumos – revenda;
  • Insumos - indústria;
  • Entre outros;

Já no que se refere à rentabilidade dos ativos comprados pelo EGAF11, atualmente o fundo adota investimentos exclusivamente CDI+, ou seja, investimentos de renda fixa que rendem conforme o CDI + % fixo, por exemplo CDI + 5,00% ao ano.

O EGAF11, por meio de sua estratégia de gestão ativa, atua tanto com a compra e carrego dos ativos, para gerar renda, quanto com a eventual venda de ativos de renda fixa no mercado secundário.

A venda no mercado secundário geralmente ocorre em cenários em que há ágio para saída, gerando um ganho de capital maior que a taxa de juros contratada.

Adicionalmente, por se tratar de um fundo recente, o EGAF11 tenderia a ser um papel com menor liquidez. Porém a gestora do fundo atuou em contratar um market maker, que se traduz como um formador de mercado.

Na prática, a função do market maker é fornecer liquidez ao papel.

O principal objetivo é que, principalmente, os investidores mais leigos consigam comprar e vender cotas de EGAF11 com maior facilidade e menor risco de incorrer em falta de liquidez.

Essa é uma prática provavelmente adotada por outros fundos. Porém, merece destaque em EGAF11 por ser explicitamente informada, de forma transparente, em seu relatório gerencial.

Em linha com a transparência, o EGAF11 também informa claramente os critérios para que um ativo possa compor sua carteira. De forma resumida, esses critérios são os seguintes:

  • Ser atrelado ao CDI + % fixo;
  • Possuir boa qualidade de crédito: metrificada por empresas com resiliência no setor e por garantias contratualmente acordadas;
  • Possuir um rating de investimento grade: basicamente ser um título que seja considerado, pelo mercado, consideravelmente seguro para investimento;

Os requisitos de alta qualidade dos ativos de renda fixa são extremamente importantes para a estratégia do EGAF11 de eventualmente vende-los antecipadamente aos seus vencimentos, no mercado secundário.

No mercado secundário de renda fixa, somente ativos de maior qualidade tendem a ter maior aceitação e, consequentemente, a possuir liquidez para possibilitar uma venda antecipada.

Na prática: o EGAF11 atua com o objetivo de gerar renda recorrente e ganhos de capital, aos seus cotistas, por meio da aplicação em investimentos de renda fixa, com lastro no agronegócio brasileiro, assim como através de operações de vendas com ganhos de capital no mercado.

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