A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) pode ser entendido como um relatório contábil que descreve qual foi a geração de valor de uma empresa de um período para outro. Também, o DVA explica qual foi o destino e distribuição dessa riqueza entre os participantes e geradores em sua produção.
Entende-se por “valor adicionado” a diferença entre o custo que a companhia teve para produzir essa riqueza e o que ela produziu de bens e serviços no final de sua atividade.
Então, o DVA descreve quem contribuiu para a geração de valor (entre funcionários, distribuidores, financiadores, fornecedores, sócios, acionistas, órgão governamental, por exemplo) e para quais setores essas riquezas devem ser distribuídas.
De acordo com a Constituição Federal, toda empresa que tem o seu capital aberto deve elaborar o documento no fim de cada exercício contábil, sendo que sua divulgação deve acontecer pelo menos uma vez ao ano, juntamente com os demais relatórios e demonstrativos financeiros e fiscais.
Além das empresas com capital aberto, várias outras optam por elaborar o documento para fins gerenciais e para demonstrar a capacidade do empreendimento em transformar ativos em recursos de valor intrínseco.
Para a elaboração da DVA, é preciso ter em mãos um outro relatório, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Com isso, é realizado uma análise temporal para fins comparativos, para que o crescimento da empresa seja provado com dados concretos.
Sendo assim, a DVA deve comparar a valor adicionado entre um período e o seu antecessor e exibir sua variação absoluta (em números) e relativa (em pontos percentuais).
Deve-se levar em conta na elaboração da Demonstração do Valor Adicionado as receitas operacionais e não-operacionais da companhia, em comparação com as despesas operacionais. A diferença obtida será o valor adicionado bruto.
Nesse ponto, deve-se descontar despesas não-operacionais, como juros, amortizações e depreciação do período. Por fim, obtém-se o valor adicionado líquido.
Agora que o valor adicionado líquido foi obtido, a DVA precisa explicar qual será o destino dos recursos e como tais riquezas serão distribuídas.
Sendo assim, esse relatório especifica o quanto desse valor foi destinado aos funcionários, aos impostos governamentais, aos bancos ou outra renumeração de terceiros e, em conclusão, a quantia a ser dividida entre os acionistas.
Para esquematizar:
VALOR ADICIONADO |
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO |
(+) Receitas (valor bruto + impostos) |
1. Fins de benefício interno (pagamento de funcionários) |
(-) Insumos de terceiros (matérias-primas e mercadorias, com a inclusão de ICMS e IPI) |
2. Acerto de contas com o Governo (pagamento de impostos, taxas e contribuições) |
(=) Valor Adicionado Bruto |
3. Acerto de contas com financiadores (Renumeração de terceiros envolvidos) |
(-) Depreciação, Amortização e Exaustão |
4. Pagamento de acionistas e sócios (Renumeração de Capital Próprio) |
(=) Valor Adicionado Líquido |
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Para fins fiscais, é preciso que o valor apurado no valor adicionado líquido seja igual ao valor distribuído entre os participantes na geração do lucro.
Para concluir, a DVA tem uma importância exclusiva para as empresas nacionais, pois revelam o desempenho da empresa na economia do país e como a mesma gera riqueza e valor para o país, servindo de base de cálculo para o PIB e indicadores sociais.