O que é DEFI11?
Gerido pela Hashdex Gestora de Recursos Ltda, o DEFI11 se trata de um dos primeiros fundos de índice (ETFs) que expõem o investidor ao ambiente de finanças descentralizadas (DeFi) presente no ambiente de negociação da bolsa de valores brasileira, a B3.
O universo de finanças descentralizadas, chamadas também de DeFi (sigla para Decentralized Finance), tem uma ampla relação com o universo de criptomoedas, especialmente em virtude de utilizar suas redes e tecnologias como base em diversas ocasiões. A partir disso, a DeFi é, intimamente, ligada às tecnologias de blockchain, na qual as criptomoedas se baseiam, assim como em Apps de desenvolvimento decentralizado.
Dessa maneira, no universo de DeFi, temos destaque para diversos tópicos que envolvem criptomoedas e blockchain. Em um primeiro momento, a rede da criptomoeda Ethereum se trata de uma das mais utilizadas nas tecnologias de DeFi, pois permite a formação de smart contracts (contratos inteligentes).
Como consequência, a principal tese de DeFi é criar um ambiente financeiro e contratual cada vez mais descentralizado e independente de diversos entes e custos. Assim sendo, tanto o setor de DeFi quanto o setor de criptomoedas, como um todo, possuem um grande potencial de crescimento e se alinham com tendências futuras, de digitalização, apesar de seu risco.
O DEFI11, instrumento negociado na bolsa de valores brasileira, “entra na jogada” como uma ferramenta para permitir que investidores, especialmente mais leigos e não familiarizados com o assunto, possam ter uma exposição diversificada em um setor com tal potencial de evolução. Afinal, a partir da estrutura do ETF, o investidor dispensa a preocupação em ter de entender quais são os ativos confiáveis, assim como de ter de gerir ativamente uma carteira mais complexa e, inclusive, ter de custodiar criptoativos por conta própria, o que representa um risco de perda em certos casos.
Consequentemente, por meio de uma estrutura de gestão passiva, que é focada em replicar o índice CF DeFi Composite Index, o DEFI11 entrega, ao investidor, uma exposição ao universo de DeFi por meio de uma estrutura de baixo custo.
Logo, o investidor pode desfrutar, através do DEFI11, do potencial de crescimento do universo de DeFi sem a necessidade de entender, por si mesmo, tópicos ainda complexos e em fase inicial de seu desenvolvimento.
A estratégia do DEFI11
Conforme descrito anteriormente, o DEFI11 atua com uma estratégia em prol de permitir a exposição do investidor ao universo de finanças descentralizadas, e suas inovações, por meio de uma estrutura acessível, diversificada e de baixo custo em diversas frentes.
A partir disso, o DEFI11 atua por meio da replicação do CF DeFi Composite Index, que é um índice diversificado em mais de 10 ativos expostos ao universo de finanças descentralizadas.
Para isso, o DEFI11 utiliza, como instrumento de investimento, o HDF ETF, um ETF baseado nas Ilhas Cayman, que investe diretamente nos ativos do índice no qual o fundo deseja replicar.
Vale destacar que o DEFI11 adota uma postura de gestão passiva, ou seja, ele visa somente espelhar a performance do índice de referência, ao invés de atuar em prol de superá-lo. Assim sendo, a gestão com baixos custos administrativos ao investidor se torna viável, de forma a onerar menos o investidor com taxas administrativas e permitir que o mesmo desfrute do potencial do ambiente de DeFi de forma mais pura.
O CF DeFi Composite Index, que o DEFI11 realiza o espelhamento, é composto conforme a seguinte divisão de classes de ativos:
- Protocolos de DeFi (70% do índice): empréstimos, corretoras, seguros, gestão de recursos, derivativos, entre outros;
- Suporte aos protocolos DeFi (15% do índice): serviços de dados, soluções de escala, soluções em verificação e antifraude, entre outros;
- Plataformas de Smart Contracts (15% do índice): tecnologias de blockchain na qual transações que envolvem contratos inteligentes são armazenadas e processadas, conforme critérios de tais contratos;
Imersos nas categorias anteriores, encontram-se algumas dezenas de ativos expostos ao setor de DeFi, aos quais o investidor se expõe de forma extremamente prática ao comprar as cotas de DEFI11.
Quais ativos compõem a carteira do DEFI11?
A carteira do DEFI11 é composta, majoritariamente, pelo HDF ETF que, por sua vez, é um ETF custodiado no exterior e atuante em replicar o índice CF DeFi Composite Index, o qual o DEFI11 também visa replicar.
Assim sendo, é interessante analisar a composição do índice de referência, para compreender a quais ativos o DEFI11 está, indiretamente, exposto. São eles os seguintes:
- Uniswap
- Curve
- Amp
- Aave
- Maker
- Compound
- Synthetix
- Yearn.finance
- Polygon
- Chainlink
- The Graph
- Ethereum
O índice CF DeFi Composite Index possui uma reavaliação trimestral. Nesse período, ativos podem entrar ou sair do índice, assim como ele pode seguir com a mesma composição. Logo, é interessante mencionar que a composição acima pode ser alterada com o passar do tempo. As posições mais atualizadas podem ser encontradas no portal de relações com investidores da própria Hashdex.
Vantagens do DEFI11
A partir do apresentado até esse ponto, dentre as principais vantagens de investir em DeFi por meio do DEFI11, tem-se a acessibilidade, tanto em termos de valor mínimo necessário quanto em termos dos ativos em si. Afinal, inicialmente, a cota de DEFI11, negociada por meio da B3, na data dessa redação (16/04/2022), vale menos de R$50. Logo, com um pequeno valor, o investidor consegue se expor ao universo de DeFi de forma altamente diversificada.
Além disso, ainda em termos de acessibilidade, os investimentos diretos em DeFi ainda são um assunto nebuloso para a maioria dos investidores, em virtude da necessidade do uso de Apps, protocolos e criptomoedas específicos a cada investimento. Dessa forma, o ETF DEFI!1 permite que o investidor evite erros ao investir nesse setor e, como consequência, que o investimento seja acessível em termos operacionais.
Adicionalmente à praticidade, tem-se a diversificação fornecida por meio do investimento através da estrutura do fundo. Conforme mencionado, o DEFI11 replica a variação do CF DeFi Composite Index, que é composto por mais de 10 ativos. A partir disso, em virtude da diversificação, tem-se uma redução do risco ao investidor, especialmente ao considerar que esse tipo de investimento ainda se encontra em fase muito inicial e, além disso, até o momento apresenta grande volatilidade.
Por fim, tem-se a vantagem relacionada à maior segurança fornecida por um investimento feito por meio do ambiente de negociação da B3, que segue determinadas regras em prol da segurança do investidor. Portanto, o ETF representa uma alternativa para que o investidor invista em DeFi com a segurança de que não está adentrando em uma fraude ou em investimentos sem potencial.
Ainda em termos de segurança, o investimento em DEFI11 evita que o investidor tenha de fazer, por conta própria, a custódia de criptoativos, assim como operações com os mesmos. Em uma carteira individual de criptoativos, sobre a custódia do investidor, caso o mesmo esqueça sua senha, por exemplo, os ativos podem se tornar irrecuperáveis.
Desvantagens do DEFI11
Em um primeiro momento, o investidor enfrenta, como desvantagem do investimento via DEFI11, a impossibilidade de uma escolha ativa dos investimentos que deseja para sua carteira. Afinal, tendo em vista que o ETF somente replica seu índice de referência, o investidor se torna exposto, exclusivamente, aos ativos que compõem tal índice e, como consequência, não possui liberdade para a escolha de ativos específicos.
Em seguida, tem-se presente no DEFI11 uma possível desvantagem tributária. Em geral, dado que ETFs incorporam os dividendos em sua própria estrutura, por meio de reinvestimento, dividendos à primeira vista isentos se tornam tributados, caso as cotas sejam vendidas com ganho de capital. Entretanto, essa desvantagem tende a afetar o DEFI11 de forma pouco significativa ou nula, tendo em vista que o fundo tem uma estratégia sem foco nos dividendos.
Apesar de possuir o canal do DEFI11 como meio de investimento em DeFi, o investidor perde, ao utilizar o fundo, a oportunidade de uso das ferramentas de DeFi propriamente ditas. A partir disso, o investidor desfrutará da valorização do índice, conforme o crescimento do setor, porém não será capaz de utilizar as ferramentas de vantagens presentes no universo de DeFi.
Taxas do DEFI11
A taxa presente no investimento em HASH11 se trata da taxa de administração do fundo. Ao todo, essa taxa é cobrada em uma porcentagem de 1,3% ao ano, sendo tal valor composto por 0,3% ao ano como a taxa de administração do HASH11 e 1% ao ano do HDF ETF, instrumento no qual o ETF brasileiro investe para replicar o índice desejado, o CF DeFI Composite Index.
No HASH11 não são presentes custos como, por exemplo, taxa de performance, taxa de gestão, taxa de entrada ou saída, dentre outros demais tipos de custos ao investidor.
Como comprar cotas do DEFI11?
O processo de compra das cotas de DEFI11 é bastante simples. Em um primeiro momento, é necessário recorrer a corretora de sua preferência, na qual se pode negociar ativos em bolsa. Em seguida, basta inserir o código de negociação DEFI11 e preencher os dados básicos da ordem: quantidade e preço.
Uma vez inserido o código de negociação, basta inserir a quantidade desejada e o preço pelo qual se deseja comprar tal quantidade de cotas. Feito isso, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a ordem foi completamente executada.
Uma boa forma de agilizar a execução integral de uma ordem é realizá-la a mercado. Para isso, basta selecionar a opção “ordem a mercado” e o sistema digital de sua corretora irá, automaticamente, realizar a compra de cotas conforme a melhor oferta disponível no instante em que a ordem for emitida.
Qual é o público-alvo do DEFI11?
O HASH11 se trata de um ETF que possui os investidores em geral como seu respectivo público-alvo. A partir disso, todos os investidores com acesso ao ambiente de negociação da bolsa de valores brasileira, a B3, podem adquirir as cotas de HASH11 por meio do ambiente de negociação da B3. Vale lembrar que o público-alvo de investidores gerais compreende tanto os investidores pessoa física (PF) quanto os investidores pessoa jurídica (PJ).
O DEFI11 paga dividendos?
Não! O DEFI11, assim como todos os demais ETF listados na bolsa de valores brasileira, até o momento, não paga dividendos. Em linhas gerais isso ocorre, inicialmente, devido ao fato de que ETFs brasileiros, conforme a maneira como são estruturados atualmente, não distribuem dividendos aos investidores.
Em complemento, potencialmente grande parte dos ativos presentes da carteira do fundo não gera um fluxo de caixa, no caso de criptomoedas, ou gera um fluxo reinvestido na própria estrutura do fundo.
A partir disso, é crucial destacar que o DEFI11 se expõe a um setor com grande potencial de crescimento, porém o fundo não se trata de um instrumento útil para compor uma carteira com foco no recebimento de dividendos, haja visto que atualmente o fundo não distribui nenhum provento ao cotista.
O DEFI11 possui imposto de renda?
Sim! Tanto o DEFI11 quanto os demais ETFs negociados no ambiente de negociações da B3 possuem a cobrança de imposto de renda. Em linhas gerais, até o atual momento, a tributação desse tipo de investimento ocorre somente sobre o lucro auferido pelo investidor, também chamado de ganho de capital. Em situações em que a compra e venda das cotas é feita no mesmo dia, chamadas de Day Trade, o imposto de renda é de 20% sobre o lucro auferido. Ao passo em que nas compras e vendas feitas em dias diferentes, chamadas de Swing Trade, o imposto de renda é de 15% sobre o lucro.
Em caso de venda de cotas de DEFI11 com prejuízo, a um valor abaixo ao valor de aquisição das cotas em si, não há qualquer tributação.
Além disso, é crucial destacar o fato de que no DEFI11, assim como nos demais investimentos feitos diretamente no ambiente de bolsa de valores, a responsabilidade pelo recolhimento e pagamento do imposto devido é do próprio investidor. A partir disso, o investidor deve, por conta própria ou com o apoio de uma consultoria contábil, apurar seu lucro e o imposto devido e, por fim, pagar o IR via DARF.
O DEFI11 possui isenção de IR para venda até R$20 mil por mês?
Não! Tanto o DEFI11 quanto os demais ETFs presentes no ambiente de negociação da B3 não desfrutam de isenção de imposto de renda (IR) em vendas com um limite de R$20 mil ao mês. Portanto, todas as vendas de cotas de DEFI11 possuem a incidência de imposto de renda, desde que realizadas com lucro. Na ocorrência de prejuízo, mediante à venda de cotas a um valor menor que o de aquisição das mesmas, não há tributação.
Vale lembrar que o benefício tributário de isenção de imposto de renda em vendas limitadas a R$20 mil mensais é válido somente para ações. A partir disso, tanto ETFs quando fundos imobiliários não desfrutam da isenção fiscal em questão.
Quanto rende o DEFI11?
De modo geral, o DEFI11 rende a variação do índice CF DeFi Composite Index, acrescida de eventuais dividendos que o fundo base no exterior, o HDF, venha a distribuir, estes por sua vez são reinvestidos dentro da estrutura do DEFI11, ao invés de serem distribuídos ao acionista.
Dessa forma, o DEFI11 renderá a variação e os eventuais proventos, líquidos das taxas de administração, gerados pelos ativos do CF DeFi Composite Index, presentes na carteira do ETF HDF no exterior que, por sua vez, está presente na carteira do HDF.