Escrito por:

Marcilio Lima

O DCRA11 é um fundo imobiliário (FII) voltado ao investimento em cadeias produtivas do agronegócio brasileiro, o que o classifica também como um fiagro, ou seja, um fundo de investimento agro. O DCRA11 direciona seus investimentos, majoritariamente, para aplicações de renda fixa com lastro agrícola, ou seja, em operações de crédito agrícola.

Atualmente, o setor agrícola é um dos mais relevantes para a economia brasileira. Recentemente, a produção do setor ocupou mais de 20% de todo o PIB brasileiro, visto que o setor supre tanto demandas internas quanto exportações de produtos agrícolas.

Dessa forma, a robustez do setor agrícola brasileiro é notável e isso o torna atrativo para o recebimento de investimentos, como um setor perene e rentável.

O DCRA11 é uma opção voltada a geração de renda e ganhos de capital por meio de operações de crédito agrícola, que são basicamente investimentos de renda fixa baseados em cadeias agroindustriais.

Em resumo, o DCRA11 é credor de empresas agrícolas, empresas do agronegócio possuem uma dívida com o DCRA11 e com seus investidores e, dessa forma, o fundo gera valor ao seu cotista.

O principal instrumento adotado pelo DCRA11 são os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), investimentos de renda fixa que representam uma dívida de empresas agrícolas com o fundo, corrigidas por juros.

Na prática: o DCRA11 representa uma opção acessível para que os investidores, especialmente pessoas físicas, tenham acesso ao investimento no universo do agronegócio brasileiro.

Um setor que, há poucos anos, demandava um investimento mínimo de milhares, ou até milhões, de R$, atualmente é acessível para investimento com menos de R$10 no ambiente da B3, caso do DCRA11 e de outros FIIs agro.

O DCRA11 adota uma estratégia de gestão ativa de seus investimentos, que envolve o acompanhamento constante e melhoria dos investimentos se necessário.

Visto que é considerado um “fundo de papel”, ou seja, que investe em papéis com base em imóveis ao invés de comprar imóveis físicos diretamente, a gestão tem um papel crucial na geração de valor ao investidor e no controle de risco dos papéis comprados.

Operacionalmente, a atividade de gestão do DCRA11 é realizada pela Devant, que também possui outros fundos imobiliários de segmentos diversos.

Além disso, o fundo é consolidado sobre a forma de condomínio fechado. Isso significa que suas cotas são compradas e vendias pelo ambiente da B3. Logo, para liquidar um investimento, o investidor compra ou vende cotas para outro investidor, as cotas trocam de mãos entre investidores.

O que é um FIAGRO?

A sigla fiagro significa fundo de investimento agro, ou fundo de investimento no agronegócio. Basicamente, esses são fundos que se colocam como opções acessíveis para que o investidor invista seus recursos nas cadeias produtivas do agronegócio e, consequentemente, tenha uma rentabilidade coerente com esse tipo de investimento.

Um fiagro não necessariamente é um fundo imobiliário (FII), existem diversos tipos de fiagro, dentre eles os fiagro-FII, ou seja, fundos imobiliários voltados ao setor agrícola, como é o caso do DCRA11.

Os FIIs agro, como o DCRA11, geralmente atuam com investimentos de renda fixa com lastro em empresas agrícolas, novamente é o caso do DCRA11.

Qual é a estratégia do DCRA11?

O DCRA11 adota, como sua estratégia, o investimento em operações de crédito agrícola para gerar renda e ganho de capital aos investidores, ou seja, o fundo investe em papéis de renda fixa lastreados nas cadeias do agronegócio brasileiro.

O fundo adota, operacionalmente, a estratégia de gestão ativa, que envolve acompanhamento constante e melhoria, se necessária, dos investimentos em seu portifólio.

Como resultado de sua estratégia, de investir em renda fixa agrícola, o DCRA11 é classificado como um “fundo de papel”, ou seja, um fundo que investe em papéis ao invés de comprar imóveis físicos diretamente.

Os principais instrumentos que o DCRA11 utiliza são os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), baseados em operações imobiliárias agrícolas.

Esses investimentos representam dívidas de empresas agrícolas, de diversos setores e regiões, com o DCRA11 e seus investidores. Dessa forma, o investidor de DCRA11 lucra com os juros e correções monetárias dessas dívidas, pagos em forma de dividendos.

Setorialmente, estão presentes no DCRA11 dívidas de empresas de diversos setores relacionados ao agronegócio, como os seguintes exemplos:

  • Etanol;
  • Armazenamento;
  • Logística;
  • Insumos;
  • Distribuição;
  • Entre outros;

Tais empresas são regionalmente diversificadas. Em geral, o DCRA11 se expõe, atualmente, em empresas atuantes em mais de 10 estados brasileiros.

Além disso, diversas dessas empresas possuem atuação internacional ou viés voltado à exportação, visto que o agro brasileiro supre tanto demandas internas, parcialmente, quanto demandas de exportação para demais países, com recebimentos em moeda forte.

Em termos de rentabilidade, atualmente o DCRA11 possui 11 ativos em carteira, o que tende a evoluir, atrelados tanto ao CDI (juros) quanto ao IPCA (inflação).

O rendimento desses títulos ocorre pela variação do CDI + Taxa fixa (%) e pela variação do IPCA + taxa fixa (%), como exemplos:

  • CDI + 5% ao ano;
  • IPCA + 6% ao ano;

(esses são exemplos genéricos)

Na prática: o DCRA11 atua com o objetivo de gerar renda ao investidor por meio de investimentos de renda fixa com base agrícola, assim como atua com o objetivo de fornecer acessibilidade para investimento em um setor relevante no Brasil, o agronegócio.

Quais são os riscos do DCRA11?

O DCRA11 é praticamente 100% investido em CRIs e CRAs, papéis de renda fixa que, no caso de DCRA11, possuem base em operações essencialmente voltadas ao agronegócio. Logo, os principais riscos do fundo são relacionados a esses investimentos.

Inicialmente, o principal risco em CRIs e CRAs é o risco de crédito, conhecido popularmente como “risco de calote”. Esse risco representa eventuais dificuldades, por parte das empresas devedoras, no pagamento das dívidas com o DCRA11.

Visto que CRIs e CRAs não possuem garantia do FGC em caso de falência dessas empresas, a qualidade dessas empresas é uma importante questão.

Além disso, a carteia do DCRA11 possui 4 ativos com concentração maior que 10% do patrimônio do fundo, ou seja, dos 11 atuais ativos somente 4 ocupam mais de 40% da carteira do fundo.

A concentração elevada nesses papéis representa certo risco ao fundo, atualmente mitigado por garantias estabelecidas contratualmente, quanto ao pagamento das dívidas.

Além disso, dado que é negociado no ambiente da B3, o DCRA11 está sujeito ao risco de mercado, ou seja, ao risco de variação, inclusive negativa, no preço de suas cotas. Isso pode gerar prejuízo a depender do momento no qual o investidor venda suas cotas.

Por fim, temos presente no DCRA11 o risco de liquidez, que envolve o fundo diretamente. Isso significa que, atualmente, o DCRA11 possui um baixo volume de negociações no ambiente da B3.

Consequentemente, podem ocorrer dificuldades ou, em casos extremos, impossibilidade de comprar e vender cotas de DCRA11.

Esse é um risco associado ao fato de o DCRA11 ser um fundo recente e ainda pouco negociado. Conforme a evolução do fundo, ele tende a ser mais negociado da B3, o que reduz o risco de liquidez ao longo do tempo.

O DCRA11 paga dividendos?

Sim! O DCRA11 distribui, na forma de dividendos aos seus cotistas, 95% do fluxo de caixa gerado a partir de suas operações. O pagamento dos dividendos ocorre mensalmente, aproximadamente no décimo (10º) dia útil do mês.

Quando o DCRA11 paga dividendos?

O DCRA11 paga dividendos todos os meses atualmente. O pagamento dos dividendos ocorre em torno do décimo (10º) dia útil de cada mês.

Já a data-com, ou seja, a data na qual o investidor deveria ter o DCRA11 já em sua carteira, para receber os dividendos do fundo, ocorre em torno do quinto (5º) dia útil do mês.

Como exemplo, no mês de julho de 2022, os dividendos do DCRA11 foram pagos no dia 14/07, o 10º dia útil do mês. Para receber os dividendos pagos no dia 14/07, o investidor deveria ter o DCRA11 em sua carteira no dia 07/07, a data-com os dividendos, o 5º dia útil do mês.

Caso o investidor não tenha o DCRA11 em sua carteira na data base dos dividendos, receberá dividendos somente no mês seguinte, desde que, obviamente, mantenha o DCRA11 como parte de sua carteira nesse intervalo.

Qual é o público-alvo do DCRA11?

O DCRA11 é destinado aos investidores em geral como seu público-alvo, de forma em que qualquer investidor pode comprar cotas de DCRA11 pelo ambiente da B3, sem qualquer restrição para adquirir.

Detalhadamente, qualquer investidor, tanto pessoa física (PF) quanto pessoa jurídica (PJ), pode adquirir cotas de DCRA11 por meio do ambiente da B3. Não existem restrições tanto em relação ao conhecimento técnico do investidor quanto em relação a seu patrimônio acumulado no mercado financeiro.

É sempre importante, antes de investir, entender os riscos do fundo e seus objetivos de investimento e rendimento. Dessa forma, você entenderá se o DCRA11 faz sentido para seu perfil de investidor.

Como investir no DCRA11?

Comprar cotas de DCRA11 é parecido com a compra dos demais fundos imobiliários e ações, por meio do ambiente de negociação da B3. Para isso, use sua corretora de sua preferência e insira o código DCRA11. Feito isso, insira os dados básicos da compra: quantidade e preço desejados.

Após preencher os dados básicos da ordem de compra, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a ordem foi executada completamente.

Uma forma de agilizar a execução de uma ordem de compra é executá-la a mercado, ao inserir o mesmo preço de negociação do mercado ou selecionar a opção ORDEM A MERCADO.

Quais são as taxas do DCRA11?

Nos investimentos em DCRA11, os únicos custos ao investidor, por parte do fundo, são a taxa de administração, taxa de gestão e taxas de performance em relação ao patrimônio sobre gestão do fundo.

Inicialmente, o DCRA11 pratica uma taxa de administração de 0,13% ao ano atualmente. Ela é acrescida da taxa de gestão do fundo, de 0,87% ao ano e, juntas, essas somam 1% ao ano.

Em complemento, a taxa de performance é cobrada somente no caso de o DCRA11 superar sua referência de rentabilidade. Especificamente, a taxa de performance do DCRA11 é de 10% da rentabilidade que exceder o retorno do CDI.

Demais taxas não são presentes no DCRA11.

O único possível custo adicionais para investir em DCRA11 é a corretagem, cobrada pela intermediação das corretoras. Apesar disso, a maioria das corretoras atualmente atua com taxa zero para investimento em fundos imobiliários.

O DCRA11 tem garantia do FGC?

Não! O DCRA11 não conta com garantias do Fundo Garantidor de Crédito, o FGC, assim como ocorre nos demais fundos imobiliários. Não há garantias tanto em termos de rentabilidade mínima do DCRA11 quanto em termos de proteção do valor inicial investido.

Além disso, os gestores e administradores do DCRA11 também não fornecem garantias de rendimento mínimo do fundo ou de garantia de proteção do valor investido inicialmente. Ambos também não são, legalmente, responsáveis por volatilidade no preço das cotas do fundo, que é natural do mercado.

Em geral, o DCRA11 é um fundo de renda variável e, dessa forma, a rentabilidade do investidor depende exclusivamente da valorização do fundo no ambiente da B3 e de seus pagamentos de dividendos, sem garantias atreladas ao investimento.

O que são os direitos de subscrição do DCRA11?

A emissão de novas cotas é a principal forma pela qual os fundos imobiliários podem se expandir. Dessa forma, ao emitir novas cotas, o DCRA11 irá fornecer, aos seus investidores, direitos de preferência para a compra das novas cotas, também chamados de direitos de subscrição.

FIIs emitem novas cotas, para crescer, pois os mesmos não retem parte dos lucros do fundo para financiar seu crescimento. Isso ocorre devido ao fato de que FIIs distribuem ao menos 95% de todo o lucro gerado para os cotistas, na forma de dividendos.

Logo, as novas cotas são emitidas para captar recursos e aumentar o patrimônio do FII.

Como consequência, para que os atuais investidores não tenham sua participação no DCRA11 diluída, os mesmos recebem os direitos de preferência na compra das novas cotas.

Como exercer os direitos de subscrição do DCRA11?

O exercício dos direitos de subscrição é realizado na aba ou tela de DIREITOS DE SUBSCRIÇÃO / SUBSCRIÇÕES / DIREITOS DE PREFERÊNCIA de sua corretora de preferência.

Nessa tela, os direitos de subscrição do DCRA11 poderão ser identificados. Logo, você saberá quantas novas cotas possui direito a comprar, assim como o preço ao qual elas serão ofertadas a você.

Vale lembrar que você não possui a obrigação de comprar / subscrever todas as cotas às quais tem direito, é possível comprar uma quantidade menor que o total concedido.

Ao proceder com a subscrição e concluir a aquisição das novas cotas, é importante atentar-se à data na qual o valor da compra será debitado de sua conta. Geralmente, essa data não é a mesma em que você exerce o direito.

Além disso, é importante manter-se atento ao prazo para solicitar a subscrição, passado o prazo a solicitação não será mais possível por qualquer meio.

Em complemento, o prazo legal para que as novas cotas DCRA11 entrem em sua conta na corretora é de 180 dias. Apesar disso, normalmente a entrada ocorre antes do prazo máximo. Além disso, no decorrer deste intervalo o pagamento de dividendos das novas cotas emitidas já pode ocorrer.

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