Escrito por:

Beatriz Stanis

O câmbio flutuante pode ser definido como um sistema de compra e venda de moedas sem um controle governamental, sendo que os valores das moedas em questão irão variar de acordo com as leis de oferta e procura do mercado.

Desse modo, o câmbio flutuante é o principal agente da economia mundial e o parâmetro utilizado como âncora nas conversões de moedas é o dólar norte-americano. 

Apesar de, em teoria, o sistema de câmbio flutuante deixar a “mão invisível do mercado” fazer as regulações monetárias, os governos tendem a interferir na flutuação para evitar desvalorização brusca em suas respectivas moedas. 

Esse movimento é chamado de “flutuação suja” e pode ser entendido como uma mistura dos sistemas de câmbio fixo e flutuante.

O câmbio flutuante, além de ser influenciado pela lei de oferta e procura, é fortemente influenciado por questões como taxas de importação e exportação, políticas monetárias, taxas de juros interna, externa e o risco-país (conceito econômico que pode ser definido como o risco que podem influenciar negativamente em investimentos nessas localidades, tais como fatores políticos, geográficos e mercadológicos).

Além disso, o câmbio flutuante influencia questões como a inflação, investimentos estrangeiros e fluxo de turismo e migração. Esse sistema monetário é mundialmente usado por alguns fatores relevantes, como:

  • Flexibilidade de adaptação dos preços: através do câmbio flutuante, os preços do mercado são constantemente adaptados, dadas as condições mercadológicas no momento, seja no mercado interno ou externo;
  • Proteção às crises: o câmbio flutuante permite que as taxas de juros sejam mantidas em patamares baixos mesmo em momentos de crise;
  • Segurança contra a especulação financeira: quando investidores decidem impactar negativamente os ativos de um país de maneira proposital, causando desvalorização da moeda, o câmbio flutuante serve como amortecedor para que quedas bruscas não aconteçam com frequência no mercado;
  • Liberdade para promover políticas monetárias: em um sistema de câmbio flutuante, é preciso que as políticas monetárias sejam voltadas para a estabilização de preços e ajustes fiscais.

No Brasil, o sistema do câmbio flutuante é utilizado desde 1999, quando os bancos começaram a comprar e vender dólares norte-americanos sem a intermediação do Banco Central (BC), uma vez que essa instituição não tinha mais a incumbência de manter uma taxa cambial fixa.

No entanto, não é possível afirmar que o Banco Central não interfere na política cambial, ao comprar ou vender dólares.

Na verdade, atualmente, a função do Banco Central é de regularizar situações extremas, nas quais há a desvalorização descontrolada da moeda nacional.

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