No universo corporativo, ESG é a sigla que representa Environmental, Social and Corporate Governance (em português ASG, Ambiental, Social e Governança), ou seja, é uma nomenclatura que designa empresas e investimentos que se preocupam com temas relevantes para a sociedade atual, sobretudo em assuntos como a sustentabilidade, a igualdade e a inclusão social.
Sendo assim, um Fundo ESG é composto por empresas que possuem essa preocupação com meio no qual estão inseridas e promovem políticas que visam à preservação do meio ambiente e à inclusão social, dentro e fora do ambiente corporativo.
Desse modo, os investidores desses fundos procuram um retorno financeiro, sem nunca esquecer da ética e da sustentabilidade e não aceitam qualquer deslize de governança interna em tais companhias. Gestão eficiente e preocupada com valores e pessoas, transparência, bom relacionamento com funcionários, clientes e fornecedores, regime de auditorias e a aversão à corrupção são algumas características do perfil do investidor em Fundos ESG.
Levando todos esses critérios em consideração, os gestores de Fundos ESGs fazem a escolha a dedo (stock picking), isto é, de maneira muito minuciosa, das empresas que irão compor o portfólio, incluindo os critérios:
- Apresentação detalhada de práticas corporativas;
- Tratar a mídia e executar declarações públicas (inclusive as financeiras) com transparência;
- Apresentação de um corpo de colaboradores diversificado, mostrando que a empresa tem preocupação com pautas sociais, como a inclusão e a representatividade de minorias no negócio;
- Ter iniciativas sociais, como a distribuição de bolsas de estudo em escolas e universidades;
- Buscar a redução da pegada de carbono, ao empregar fontes renováveis de energia;
- Usar recursos, insumos e matérias-primas com consciência em seus produtos.
Esses e muitos outros critérios são levados em consideração no momento de composição de um Fundo ESG. Sendo assim, como são empresas que investem pesado em inovação e pesquisa, tendem a apresentar uma performance acima da média no longo prazo.
Tais fundos também procuram monitorar se a atuação das empresas está de acordo com tratados internacionais de sustentabilidade, como o Acordo de Paris (estabelecido em 2015, a fim de estabilizar o aquecimento global), Pacto Global (firmado na ONU em 2000) e a Agenda 2030 (também firmado na ONU em 2015).
Vale mencionar que os Fundos ESG possuem o mesmo funcionamento e custos operacionais do que um fundo tradicional. Há a taxa de administração sobre o patrimônio total da aplicação e a cobrança de Imposto de Renda, seguindo a tabela regressiva de aplicação (aplicações mais longas têm menor cobrança), além da incidência de come-cotas, uma espécie de adiantamento do Imposto de Renda, cobrada duas vezes por ano, em maio e em novembro.
Ainda, em operações que duram menos de 30 dias, há a cobrança do IOF. Quando o fundo apresenta um desempenho acima do prometido pelo seu estatuto, é comum a cobrança de mais uma taxa de performance, a qual pode chegar a 20%.
Investir em Fundos de Ações de empresas com foco em ESG não é a única possibilidade de se expor a esses ativos. Há também ETFs que replicam índices ESG, como o S&P/B3 Brasil ESG ou mesmo produtos de Renda Fixa, como os Títulos Verdes (custeiam projetos sustentáveis, como a conservação de biodiversidade, a expansão de energia renovável e a redução de poluição) e Títulos Sociais (custeiam programas sociais, como a geração de empregos e projetos de habitação e de segurança alimentar). Para o investidor que procura diversificação e rentabilidade, tais ativos são promissores.
O grande destaque desses fundos é o potencial de valorização, uma vez que seu modelo de negócio é otimizado com matérias-primas mais econômicas, possuem uma ótima imagem pública (o que atrai investidores domésticos e estrangeiros), possuem retenção de talentos, conseguem estabelecer parcerias no mercado e, em alguns casos, podem usufruir de isenções tributárias e incentivos fiscais.