Escrito por:

Marcilio Lima

O ESGB11 é um fundo de índice, conhecidos como ETFs (Exchange Traded Funds) que atua em fornecer uma opção de investimento em ações brasileiras que sejam aderentes aos critérios de ESG. A sigla ESG (do inglês Enviromental, Social and Governance) se traduz para português como Ambiental, Social e Governança. Logo, o fundo é focado em empresas com práticas de negócios mais sustentáveis.

O tema ESG possui uma atenção crescente no mercado, visto que sobre cada um dos pilares da sigla há uma série de boas práticas que visam, em geral, uma atuação mais responsável por parte das companhias.

Resumidamente, as empresas que aderem às práticas ESG muitas vezes vão além do objetivo de geração de lucro. Tais empresas visam tanto a geração de lucro quanto um impacto social, como um todo, positivo.

As práticas ESG se referem a temas como cuidados com o meio ambiente, melhores práticas com os funcionários da empresa, prezar pelo bem-estar dos arredores da empresa, possuir governança ética e transparente, geração de impacto social positivo, entre outras.

O ESGB11 surge como uma opção para investir em empresas brasileiras, que adotem a tais práticas. Assim como o fundo constitui uma opção diversificada, ao investidor que deseja realizar um investimento com praticidade em empresas aderentes a uma tendência que chama cada vez mais atenção dos investidores, mundo a fora.

Para isso, o fundo visa replicar o desempenho do índice S&P/B3 Brazil ESG. O índice é formado por critérios que analisam a empresa como aderente às práticas ESG, assim como sua viabilidade para negociação em bolsa.

Vista a maior atenção às práticas de atuação mais sustentável, existem diversas empresas que são grandes e lucrativas, porém não conquistam um espaço no fundo devido à geração de impacto negativo, conforme critérios do fundo e do índice.

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) são exemplos dessas empresas.

Para cumprir com seu objetivo, o fundo adota uma estratégia de gestão passiva, que visa somente replicar o desempenho de seu índice de referência. Isso torna a gestão do fundo mais barata e se converte, como benefício ao investidor, em menores taxas de administração.

Operacionalmente, o fundo é constituído sobre a forma de condomínio fechado. Isso significa que suas cotas são compradas e vendidas por meio do ambiente da B3, via homebroker. A gestão do fundo fica a cargo do BTG Pactual.

A estratégia do ESGB11

O ESGB11 atua em torno do objetivo de ser uma opção de investimento diversificada em empresas aderentes às práticas ESG, que possuem crescente atenção dos investidores no mercado de capitais. Logo, ele fornece um canal de investimento em empresas mais conscientes e sustentáveis.

Para cumprir com seu objetivo, o fundo replica a carteira e, consequentemente, o desempenho do índice S&P/B3 Brazil ESG. Isso se resume a uma estratégia de gestão passiva, que visa replicar o desempenho do índice em si e dispensa estratégias mais avançadas na tentativa de superá-lo.

Portanto, a gestão do fundo se torna mais simples e barata. De forma em que o investidor terá menores taxas de administração. Logo, o investidor tem uma opção de baixo custo e grande praticidade para investir em empresas ESG. Afinal, ao comprar apenas 1 cota de ESGB11, o investidor estará diversificado em mais de 50 ações.

Os critérios ESG, detalhadamente, possuem uma série de boas práticas, observadas nas empresas para que possam ingressar no fundo. Veja alguns exemplos:

  • Ambiental (E): controle de desmatamento, controle do nível de carbono emitido, gestão de resíduos, tratamento de efluentes, uso responsável de recursos naturais, entre outros;
  • Social: diversidade, condições de trabalho saudáveis, saúde e segurança do colaborador e do consumidor, zelo pela comunidade (inclusive nos arredores do estabelecimento da empresa);
  • Governança: transparência, práticas anticorrupção, proteção do acionista minoritário, código de ética da empresa, entre outros;

Em resumo, o ESGB11 se consolida como uma opção de investimento em dezenas de empresas brasileiras que adoram melhores práticas de condução de seus negócios.

Assim como o fundo evita, em sua carteira, o investimento em empresas geradoras de impactos negativos, envolvidas em atos de corrupção e polêmicas, entre outros problemas nessas empresas.

Quais ativos compõem a carteira do ESGB11?

O ESGB11 replica a carteira e, consequentemente, o desempenho do índice S&P/B3 Brazil ESG. As ações podem estar presentes em proporções diferentes às do índice, porém o fundo deve, legalmente, usar 95% de seus recursos para investir em ações de seu índice de referência.

A composição da carteira do fundo, assim como a do índice, é atualizada ao longo do tempo, com a entrada e saída de empresas. A carteira mais atualizada pode ser consultada no portal de relações com investidores do fundo.

Vantagens do ESGB11

Primeiramente, o ESGB11 possui uma grande vantagem em termos de diversificação. Em primeiro lugar, o fundo é uma opção que fornece diversificação em empresas com melhores práticas ao investidor.

Assim como o fundo é altamente diversificado, tanto em número de empresas quanto em diversos setores nos quais as empresas atuam. Essa diversificação reduz o risco do fundo e reduz sua dependência sobre apenas 1 ação ou setor para apresentar bom desempenho.

A diversificação do ESGB11 gera grande praticidade, de forma acessível ao investidor.

Ao comprar apenas 1 cota de ESGB11, o investidor estará diversificado em dezenas de ações, aderentes ao ESG. Isso favorece aos investidores que dispõem de menos tempo para estudar o mercado e as ações individualmente, de forma em que podem investir de forma diversificada por meio de apenas 1 ativo em carteira.

Assim como essa praticidade facilita tanto o acompanhamento da carteira quanto questões de imposto de renda.

Em complemento, a acessibilidade do fundo favorece aos investidores com menores recursos, especialmente iniciantes, visto que sua cota negocia em torno de R$100 atualmente no ambiente da B3.

Além disso, a gestão passiva gera menores taxas de administração, em relação aos demais tipos de fundos, como os fundos de ações e os fundos multimercados. Dessa forma, o investidor conta com uma opção de investimento diversificada e barata, em custos administrativos, por meio do ESGB11.

Desvantagens do ESGB11

Inicialmente, a composição do índice e do fundo limita a presença de determinadas empresas. Afinal, existem empresas que, apesar de lucrativas ao investidor, não poderão adentrar no fundo por não serem predominantemente ESG.

Assim como a composição do índice, replicada pelo fundo, limita a personalização da carteira. Visto que, em alguns casos, não será possível eliminar da carteira do fundo empresas que performam abaixo da média das demais ações presentes em seu portifólio.

Adicionalmente, o ESGB11 apresenta duas desvantagens em relação ao imposto de renda (IR).

Primeiramente, a venda de cotas ESGB11 com lucro não possui isenção de IR para vendas limitadas a R$20 mil no mês. Diferentemente do que ocorre do caso de vendas de ações diretamente. Portanto, toda venda de ESGB11 com lucro possui a cobrança de IR, independentemente do valor.

Além disso, visto que ETFs brasileiros, caso do ESGB11, atualmente não podem repassar os dividendos ao investidor, o investidor pagará IR parcialmente sobre os dividendos.

Afinal, os ETFs, como o ESGB11, reinvestem os valores recebidos em dividendos na sua própria estrutura, de forma em que os dividendos são incorporados ao valor da cota, ou seja, tendem a valorizá-la.

Portanto, ao vender cotas ESGB11 com lucro, o investidor pagará IR sobre os dividendos recebidos e incorporados no fundo. O que não ocorre nos dividendos pagos diretamente de ações ao investidor, que atualmente são isentos de IR.

Quais são os riscos do ESGB11?

O ESGB11 é um fundo, praticamente, 100% concentrado em ações, com uma porção mínima da carteira em renda fixa. Dessa forma, os riscos presentes no fundo são os mesmos riscos do investimento em ações. O principal dos riscos é chamado de risco de mercado.

O risco de mercado é basicamente definido pela possibilidade de variação e volatilidade no preço das ações que compõem o fundo. Isso, consequentemente, impacta no preço da cota de ESGB11 na B3.

Em resumo, o principal risco presente no ESGB11 é o risco de que o valor de sua cota varie, como uma consequência da variação das ações presentes na carteira do fundo.

A principal forma pela qual o fundo mitiga esse risco é através da diversificação. Diversificado tanto em número de empresas quanto em setores, o ESGB11 é menos dependente sobre apenas 1 papel ou setor para apresentar uma performance satisfatória.

O ESGB11 possui a garantia do FGC?

Não! O ESGB11 não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, conhecido como FGC. Não há garantia tanto de proteção do valor investido quanto de rentabilidade mínima.

Assim como o administrador ou o gestor do fundo, igualmente, não fornecem garantias de proteção do capital investido ou de rentabilidade. Assim cono não são legalmente responsáveis por volatilidade no preço do fundo, causada naturalmente pelo mercado.

Resumidamente, o ESGB11 é um fundo de renda variável, no qual são presentes os mesmos riscos do investimento em ações e a possibilidade de volatilidade e perda de capital.

Taxas do ESGB11

No investimento em ESGB11, o único custo presente, por parte do fundo, é a sua taxa de administração, de 0,5% ao ano sobre o patrimônio em sua gestão.

Demais taxas (performance, entrada, saída, carregamento, gestão...) não são presentes no ESGB11.

A taxa de administração do ESGB11 é satisfatória. Porém na concorrência, de ETFs ESG geridos pela XP, a média em taxa de administração é menor, de 0,30%.

Entretanto, o ESGB11 se destaca em relação às outras opções de fundos (multimercados e de ações) e de COEs. Essas opções geralmente praticam maiores taxas de administração ou maiores spreads, que podem atingir 2% ao ano, acrescidos de taxa de performance.

Como comprar cotas do ESGB11?

O processo de compra das cotas de ESGB11 é bastante simples. Em um primeiro momento, é necessário recorrer a corretora de sua preferência, na qual se pode negociar ativos em bolsa. Em seguida, basta inserir o código de negociação ESGB11 e preencher os dados básicos da ordem: quantidade e preço.

Uma vez inserido o código de negociação, basta inserir a quantidade desejada e o preço pelo qual se deseja comprar tal quantidade de cotas. Feito isso, basta enviar a ordem para execução e, por fim, conferir se a ordem foi completamente executada.

Adicionalmente, uma boa forma de agilizar a execução integral de uma ordem é realizá-la a mercado. Para isso, basta selecionar a opção “ordem a mercado” e o sistema digital de sua corretora irá, automaticamente, realizar a compra de cotas conforme a melhor oferta disponível no instante em que a ordem for emitida.

Qual é o público-alvo do ESGB11?

O ESGB11 é um fundo destinado aos investidores em geral. Qualquer investidor pode adquirir contas de ESGB11 por meio do ambiente de negociação da B3, sem qualquer restrição.

Segundo o portal de relações com investidores do fundo (RI), o ESGB11 é destinado aos investidores em geral que compreendam os riscos envolvidos no fundo e busquem rendimentos coerentes com sua política de investimentos.

Portanto, qualquer investidor, seja pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ), pode adquirir cotas no ESGB11. Não ocorrem restrições em termos de qualificação técnica do investidor ou de seu patrimônio acumulado no mercado financeiro.

O ESGB11 paga dividendos?

Não! Assim como todos os ETFs listados no ambiente da B3, o ESGB11 não paga dividendos aos seus cotistas. Isso ocorre em virtude de limitações legais, que impedem a distribuição de dividendos por ETFs brasileiros.

Entretanto, o fundo possui em sua carteira empresas que pagam dividendos. Portanto, ao receber esses valores, os dividendos são reinvestidos internamente, na própria estrutura do ESGB11.

Dessa forma, o valor recebido em dividendos fica “dentro” do valor da cota do fundo, é incorporado ao valor da cota. Logo, as cotas de ESGB11 tendem a se valorizar a longo prazo, em virtude do reinvestimento de dividendos.

Resumidamente, o investidor recebe os dividendos de forma indireta, por meio da valorização de suas cotas no ambiente da B3.

Apesar disso, o ESGB11 não é uma opção útil para uma carteira focada em recebimento de dividendos. Afinal, o fundo reinvestirá todos os dividendos recebidos, ao invés de repassá-los ao investidor.

O ESGB11 possui imposto de renda?

Sim! Tanto o ESGB11 quanto os demais ETFs presentes na B3 possuem a cobrança de imposto de renda (IR). No caso de ESGB11, a cobrança de IR ocorre apenas caso haja venda de cotas com lucro. Além disso, o IR é cobrado sobre o lucro somente, não sobre todo o valor investido.

No caso de venda de cotas com prejuízo, não ocorre a cobrança de imposto de renda. Assim como não ocorre, no ESGB11, a cobrança de IOF ou de come-cotas, como ocorre em demais tipos de fundos.

Inicialmente, nas operações de Swing Trade, onde a compra e a venda de cotas ocorrem em dias diferentes, com lucro, a alíquota de IR praticada é de 15% do lucro obtido com a venda.

Por exemplo: o investidor compra R$10.000 em ESGB11 e vende suas cotas por R$11.000. Seu lucro foi de R$1.000 nesse caso. Logo, os 15% de IR devidos são correspondentes a R$150.

Já nas operações de Day Trade, nas quais a compra e a venda de cotas ocorrem no mesmo dia, com lucro, a alíquota de IR praticada é de 20% sobre o lucro obtido com a venda de cotas. Para os casos de Day Trade, vale o mesmo exemplo anterior, porém com a porcentagem de 20%.

Além disso, não ocorre a retenção do IR devido na fonte, como ocorre em renda fixa. A responsabilidade pelo pagamento do IR é do investidor.

O investidor deve, por conta própria ou por meio de serviços contábeis, calcular o valor do IR devido e, em seguida, pagar o IR via DARF, um “boleto de impostos”, até o último dia útil do mês seguinte à venda de cotas com lucro.

O ESGB11 possui isenção de IR para venda até R$20 mil por mês?

Não! O ESGB11 não possui a isenção de imposto de renda (IR) para vendas de cotas com lucro, limitadas a uma quantia de R$20 mil por mês, assim como todos os demais ETFs listados na B3. Essa isenção é um benefício válido somente para a venda de ações.

Portanto, todas as vendas de ESGB11 com lucro possuirão a cobrança de IR, conforme as condições mencionadas acima.

Quanto rende o ESGB11?

O ESGB11 possui seu rendimento referenciado ao retorno total do índice S&P/B3 Brazil ESG. Dessa forma, o fundo visa replicar a valorização do índice acrescida do reinvestimento dos dividendos, pagos pelas ações que compõem o índice de referência e a carteira do fundo.

Qual é a diferença entre o ESGB11 e o ESGE11?

O ESGB11 foca em empresas aderentes ao ESG e presentes no Brasil. Já o ESGE11 foca em empresas ESG de mercados emergentes. Logo, o ESGE11 possui presença em demais países como Hong-Kong, Rússia, Coreia, Índia, Brasil, África do Sul, China, entre outros.

O ESGB11 é gerido pelo BTG Pactual e possui uma taxa de administração de 0,5% ao ano. Enquanto o ESGE11 é gerido pela XP e cobra 0,3% ao ano em taxa de administração.

Qual é a diferença entre o ESGB11 e o ESGD11?

O ESGB11 é focado em empresas ESG no Brasil. Já o ESGD11 direciona seus investimentos para empresas ESG em países desenvolvidos. Logo, o ESGD11 investe em empresas de países como Japão, Alemanha, Suíça, França, Reino Unido, Australia, Suécia, Dinamarca, entre outros.

O ESGB11 é gerido pelo BTG Pactual e possui uma taxa de administração de 0,5% ao ano. Enquanto o ESGD11 é gerido pela XP e cobra 0,3% ao ano em taxa de administração.

Qual é a diferença entre o ESGB11 e o ESGU11?

O ESGB11 investe em empresas ESG brasileiras, enquanto o ESGU11 investe em empresas ESG dos Estados Unidos. No ESGU11 são presentes empresas de diversos setores da economia dos EUA, aderentes às práticas ESG.

O ESGB11 é gerido pelo BTG Pactual e possui uma taxa de administração de 0,5% ao ano. Enquanto o ESGU11 é gerido pela XP e cobra 0,3% ao ano em taxa de administração.

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