Escrito por:

Beatriz Stanis

O Certificado de Depósito Bancário, conhecido pela sigla CDB, é um dos mais populares investimentos na categoria de Renda Fixa, entre os outros demais títulos existentes. Em geral, um título de renda fixa é sempre considerado como um depósito a prazo junto a uma instituição financeira, ou seja, depósitos remunerados por uma taxa de juros previamente estabelecida. Diferentemente dos depósitos feitos por um cliente da instituição em questão em sua conta corrente, chamados de depósitos à vista.

Em linhas gerais, CDBs são títulos de emissão bancária, ou seja, são emitidos unicamente por bancos. A partir disso, ao investir em um CDB, o investidor basicamente concede um empréstimo ao banco (sim, o banco toma um empréstimo de você!) e esse recurso, em seguida, é usado para financiar a atuação do banco em questão como uma instituição que tem o papel de intermediar as relações entre quem possui recursos e quem deseja tomar dinheiro emprestado.

Em seguida, em posse dos recursos capitados, o banco os empresta para quem demanda empréstimos, a uma taxa maior que a taxa paga ao investidor, e dessa forma o banco aufere seus lucros, através do chamado spread bancário.

Vale destacar que, em termos de risco, os CDBs são, normalmente, investimentos conservadores. Além disso, existe a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em todos os CDBs existentes no mercado, conforme será abordado mais adiante.

Tipos de CDBs

No mercado de renda fixa, como um todo, existem 3 tipos de títulos, e o mesmo é válido para os CDBs ofertados no mercado. Dessa forma, os tipos de CDBs são os seguintes:

  • Pós-fixados: estes são atrelados a alguma taxa de juros de referência, geralmente o CDI. Logo, quando se ouve sobre um CDB que rende 120% do CDI, por exemplo, estamos falando sobre um CDB do tipo pós-fixado. Vale lembrar que o rendimento desse é atualizado diariamente e acompanha a variação da taxa de juros de referência. Logo, se você firmou um CDB em épocas de CDI a 5% ao ano e o CDI subiu para 6% ao ano, sua rentabilidade também se elevará.
  • Pré-fixados: esse tipo de CDB possui a característica de ter sua taxa de juros exata já definida no momento do investimento no mesmo. Logo, a taxa é fixa e, em nenhuma hipótese, se altera. Logo, ao comprar um CDB que renda, por exemplo, 10% ao ano, ele renderá exatos 10% ao ano até seu vencimento.
  • Híbridos: esse tipo de CDB possui seu rendimento atrelado a dois componentes de rentabilidade, geralmente eles são a inflação (representada pelo IPCA) acrescida de uma taxa pré-fixada. Portanto, ao vermos um CDB que paga IPCA (inflação) + 5,00% (taxa pré-fixada), temos um CDB Híbrido.

Posso resgatar meu investimento a qualquer instante?

Em alguns CDBs, é permitido o resgate a qualquer momento, esses CDBs são classificados como CDBs de liquidez diária, ou seja, aqueles que podem ser resgatados a qualquer instante a partir do dia seguinte à aplicação.

Em complemento, quando um CDB não é de liquidez diária, devemos redobrar as atenções ao investir, pois, esses permitirão o resgate do recurso somente na data de vencimento do CDB em questão. É interessante destacar que algumas corretoras permitem o resgate de CDBs sem a possibilidade de resgate, porém essa não é uma prática recomendável, pois pode causar prejuízos ao investidor caso seja realizado o resgate antes da data de vencimento.

De modo mais aprofundado, a data de vencimento do CDB é, geralmente, exposta tanto em sua nomenclatura quanto na página de detalhes sobre o título, presente no aplicativo ou Site de sua corretora de preferência.

Sobre a data de vencimento de um CDB, também é interessante destacar que, conforme a data ocorre, o valor já acrescido de juros voltará automaticamente para a conta da corretora do cliente, já líquido de imposto de renda.

Relação entre prazo e retorno

Apesar da existência de CDBs que prendem o dinheiro por um prazo informado ao investidor no investimento, esses títulos também irão remunerar o investidor por sua espera. Assim sendo, entende-se que há uma relação direta entre prazo e retorno.

Dessa forma, quanto maior o prazo oferecido em um CDB, maior tende a ser a taxa de juros oferecida no mesmo. Isso ocorre em prol de remunerar melhor ao investidor, devido ao maior tempo de espera para acessar, novamente, os recursos investidos.

De quanto preciso para iniciar um investimento em CDB?

A resposta é: depende! De modo geral, diversas corretoras e bancos oferecem CDBs no mercado, inclusive em alguns casos oferecem o mesmo CDB, porém com diferentes condições entre as instituições que estão a cargo de realizar a distribuição.

Assim sendo, é possível encontrar CDBs acessíveis com apenas R$1, assim como é possível encontrar CDBs acessíveis com alguns milhares de R$, a depender a vontade do emissor e dos distribuidores (bancos e corretoras). Em geral, com R$100 é possível acessar um grande universo de bons CDBs e com R$1000, certamente, a maioria deles se torna acessível ao investidor. Portanto, o universo de investimentos em CDBs é, em geral, muito acessível ao pequeno investidor.

A tributação de um CDB

Todo CDB, sem exceção, possui a tributação em conformidade com os padrões da tabela regressiva de imposto de renda (IR) para renda fixa. Em geral, o imposto de renda nos CDBs é incidente apenas sobre o lucro gerado pelo CDB durante seu prazo. Assim sendo, ao investir R$1000 em um CDB e colher um resultado bruto de R$1500, o IR terá como base somente os R$500 de lucro, ao invés do montante total de R$500.

De modo mais aprofundado, a tabela de tributação regressiva em renda fixa, nos CDBs, é válida tanto para investidores pessoa física (PF) quanto para investidores pessoa jurídica (PJ). Em linhas gerais, a tabela regressiva relaciona o prazo da aplicação à alíquota (porcentagem) de IR correspondente a este prazo, como exibido a seguir:

Logo, ao investir em um CDB, atinge-se a menor porcentagem de imposto possível após 2 anos de aplicação. Dessa forma, é sempre interessante que o investidor também planeje seus investimentos no longo prazo, para usufruir da regressividade do imposto de renda fornecida nos CDBs, assim como em demais investimentos de renda fixa.

Além disso, nos CDBs ocorre a cobrança o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) caso o investidor saque seu investimento antes da aplicação concluir 30 dias. O IOF, similarmente ao IR, incide somente sobre o lucro, nunca sobre todo o montante, e regride ao longo dos primeiros 30 dias de aplicação, até atingir a alíquota de 0% no 30º dia.

Por fim, é crucial destacar que todo e qualquer imposto pago nos investimentos em CDBs é retido na fonte, ou seja, na data do vencimento de um CDB o recurso voltará para sua conta já descontado de imposto de renda. Assim sendo, o investidor não necessita de se preocupar com o pagamento do imposto em si, apenas com a devida declaração da posse de CDBs no ato da declaração anual de IRPF ou IRPJ.

Para quais finalidades faz sentido investir em CDB?

De modo bastante amplo, CDBs são Investimentos que atendem muito bem a dois principais propósitos: investir para obter uma reserva de fácil acesso ou investir para atingir um objetivo já programado de uso do dinheiro.

Referente ao primeiro objetivo, são usados os CDBs de liquidez diária, que podem servir como reserva de emergência ou de caixa, a depender da credibilidade da instituição emissora. Ao passo em que, no segundo objetivo, o investidor pode optar por um CDB de prazo definido, dado a maior remuneração fornecida em juros nesses casos.

Ambos os propósitos abordados são adequados para o investimento em CDBs, dado que esses títulos são, em sua maioria, investimentos de perfis conservadores e, em alguns casos, moderado de risco. Além disso, CDBs de longo prazo são, geralmente, uma boa alternativa para investidores conservadores que desejam obter melhores taxas de retorno.

Em geral, todo CDB emitido possui a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o valor de R$250 mil por CPF e por instituição emissora, isso representa uma vantagem significativa para a proteção do pequeno investidor.

Entretanto, é sempre interessante analisar a instituição emissora de um CDB, afinal assim como em um seguro de um carro, por exemplo, a intenção é não atingir a necessidade de uso do mesmo. Um bom sinal de alerta sobre o risco de um CDB é sua taxa de juros, caso ela esteja significativamente mais elevada que a taxa de juros de CDBs similares, em termos de prazo e modalidade, é válida uma pesquisa sobre a saúde da instituição financeira que emitiu tal título no mercado, em prol de evitar escolher alternativas muito arriscadas.

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