O conceito de câmbio fixo pode ser definido como um regime cambial no qual o valor da moeda nacional é fixado em situação de paridade (de 1 para 1) com uma moeda internacional (a exemplo do dólar e do euro) ou outro valor de referência (como o ouro).
Sendo assim, a moeda lastreada ao câmbio fixo não reage às leis da oferta e demanda, nem ao mercado financeiro. O governo é o único responsável por controlar a cotação da moeda e estabilizar a economia.
A estratégia é muito utilizada em referência ao dólar, uma vez que é a moeda mais utilizada em operações comerciais internacionais, seja de compra ou venda (importação e exportação).
O câmbio fixo, atrelado à taxa de juros, é uma tentativa dos Bancos Centrais em tentar frear a inflação em países. O objetivo principal do câmbio fixo é fortalecer a moeda nacional, aumentando a confiança dessa moeda no mercado interno e externo.
A estratégia econômica surgiu no século XIX e o câmbio fixo utilizado era o valor do ouro. Nesse sentido, os países realizavam os câmbios de suas moedas a partir da comparação delas com o ouro.
O dólar passou a ser a referência após a Segunda Guerra Mundial, devido ao crescimento econômico dos Estados Unidos no período. A partir desse momento, o dólar começou a ganhar destaque mundial e o valor do ouro era atrelado à moeda.
Porém, no governo de Nixon, a nação norte-americana enfrentava déficits comerciais sucessivos, no início da década de 1970, e o dólar não conseguia mais manter a oscilação do ouro, e o presidente decide abandonar tal padrão acordado internacionalmente (Acordo de Bretton Woods).
Essa ação fez com que todas as moedas atreladas ao material valioso através do câmbio fixo fossem direcionadas a acompanhar o dólar. A partir disso, inicia-se a era da especulação financeira e instabilidade econômica do câmbio flutuante.
No Brasil, o câmbio fixo ao dólar foi utilizado em três momentos:
- Durante o Regime Militar, de 1964 a 1968, no Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), o qual tinha como principal objetivo o combate à inflação;
- Em 1986, durante a implementação do Plano Cruzado, para conter os efeitos do congelamento das exportações que aconteceu de março a outubro desse ano;
- Durante o Plano Real, entre 1994 e 1999, para controlar a inflação.
Na prática, o câmbio fixo precisa ser estabelecido através de um Currency Board (Conselho Monetário), cujo papel é garantir que as reservas internacionais sejam mantidas em um volume idêntico ou maior que a base monetária da moeda local.
Desse modo, as trocas comerciais que acontecem em um regime de câmbio fixo são concretizadas pela troca de 1 para 1, ou seja, o valor das moedas em negociação é o mesmo.
Contudo, com o passar do tempo, o câmbio fixo prejudica atividades de exportação e importação, visto que há um ganho nessas trocas comerciais que não é realizado, pois, essas trocas comerciais se sustentam na diferença de valores entre as moedas.
Por isso, a técnica do câmbio fixo não é mais amplamente usada nas economias mundiais. Isso é verdadeiro em partes, pois há o que os economistas e estudiosos chamam de “flutuação suja”, a qual permite que o mercado tenha liberdade para definir a taxa cambial, de acordo com os princípios da lei da oferta e procura.
No entanto, o governo manipula a quantidade de moeda norte-americana disponível, através de intervenção do Banco Central, responsável por controlar a cotação. Tal estratégia foi herdada do modelo usado no controle fixo cambial.