Marfrig (MRFG3) reverte prejuízo e registra lucro no 4T2023

Escrito por:

Beatriz Stanis

A Marfrig (MRFG3)alcançou um lucro líquido de R$ 12 milhões no último trimestre do ano passado, revertendo o prejuízo de R$ 628 milhões registrado no mesmo período de 2022, conforme foi reportado no último balanço. Apesar dessa recuperação trimestral, a empresa encerrou o ano com um prejuízo de R$ 1,52 bilhão.

No quarto trimestre, o Ebitda ajustado da Marfrig viu um crescimento de 32,1%, atingindo R$ 2,94 bilhões, enquanto a receita líquida sofreu uma leve queda de 2,2%, fechando em R$ 36,56 bilhões. A BRF, controlada pela Marfrig, teve um papel crucial, representando 64% do Ebitda do período, um aumento significativo em comparação com os 44% do ano anterior, segundo destacou o diretor financeiro Tang David.

Contrastando com os resultados positivos do quarto trimestre, o ano de 2023 foi desafiador para a Marfrig, com um prejuízo consolidado líquido de R$ 1,52 bilhão, afetado principalmente pelas operações nos Estados Unidos. Lá, a companhia enfrentou um ciclo de baixa oferta de gado e custos recordes de matéria-prima, conforme explicado pelo CEO da Operação América do Norte, Tim Klein. Embora a demanda por carne continue forte, não foi suficiente para contrabalançar os altos preços do gado.

O Ebitda ajustado da Marfrig globalmente caiu 27% para R$ 9,29 bilhões, apesar de um aumento de 4,5% na receita líquida, que atingiu R$ 136,48 bilhões em 2023. Na América do Norte, especificamente, houve uma queda acentuada no Ebitda ajustado, mas há expectativas de recuperação das margens para o ano seguinte.

Para 2024, a Marfrig antecipa margens Ebitda positivas em um dígito, impulsionadas pelos efeitos de US$ 800 milhões em investimentos recentes e pela forte demanda por carne bovina, que se manteve alta desde a pandemia.

Na Operação América do Sul, a expectativa também é otimista, com a unidade apresentando um ambiente "altamente positivo", segundo o CEO Rui Mendonça. A contribuição da BRF para o Ebitda ajustado da Marfrig foi significativa, evidenciando uma recuperação na rentabilidade e expectativas de resultados sólidos para 2024.

No total, o Ebitda ajustado da Operação América do Sul cresceu 38,4% no quarto trimestre, com a receita líquida também registrando aumento. No entanto, o ano fechou com uma receita líquida menor, influenciada pela queda nos preços internacionais da carne bovina, mas com perspectivas positivas para as exportações.

Mais lidas da semana