Magazine Luiza (MGLU3) pode ser suspensa do Novo Mercado após revelação de erros contábeis

Escrito por:

Beatriz Stanis

O Instituto Empresa tomou a iniciativa de solicitar à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) a imediata suspensão da Magazine Luiza (MGLU3) do segmento Novo Mercado. Esse pedido veio em resposta ao Fato Relevante publicado pela Magazine Luiza na última segunda-feira, 13 de novembro, no qual a varejista admitiu distorções contábeis de R$ 829,5 milhões.

Para o Instituto Empresa, essa ação induziu os investidores ao erro, já que aquisições de ações e debêntures foram realizadas com base em informações que se revelaram incorretas. Eduardo Silva, Presidente do Instituto Empresa, afirmou que "aquisições de ações e em debêntures foram realizadas com base em números falsos."

O objetivo da arbitragem que está sendo organizada é responsabilizar os controladores da Magazine Luiza e garantir o ressarcimento dos investidores que adquiriram ações com preços influenciados pelos erros contábeis.

A B3 solicitou esclarecimentos à Magazine Luiza sobre as notícias de que a empresa estava considerando um aumento de capital privado no valor de R$ 2 bilhões, com a família Trajano, controladora do grupo, participando com cerca de metade desse montante. No entanto, durante uma teleconferência de resultados, os executivos da Magazine Luiza negaram essa informação, afirmando que não havia discussão sobre a necessidade de um aumento de capital na empresa neste momento e que isso era apenas um "rumor de mercado."

Na semana anterior, as ações da Magazine Luiza já haviam ganhado destaque na Ibovespa, apesar da empresa ter negado os rumores. No entanto, na segunda-feira, 13, a empresa divulgou um Fato Relevante informando que realizará uma redução no patrimônio líquido no valor de R$ 322,1 milhões devido a "incorreções em lançamentos contábeis" relacionadas ao "reconhecimento de bonificações em determinadas transações comerciais." Isso teve um efeito total no patrimônio líquido que seria de R$ 829,5 milhões. A Magazine Luiza também anunciou que usará créditos fiscais de R$ 688,7 milhões (R$ 507,4 milhões líquidos de impostos) para mitigar o impacto no patrimônio líquido.

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