Recompra de ações: o que é e como funciona

Escrito por:

Marjoel Moreira

Neste conteúdo, a equipe do Análise de Ações preparou um guia, cujo objetivo é acabar de uma vez por todas com as suas dúvidas sobre o assunto. Vale a pena conferir!

O que é uma operação de recompra de ações?

Para entendermos a lógica e o funcionamento da recompra de ações, é preciso compreender os objetivos das empresas ao abrirem o seu capital, listando ações na Bolsa de Valores. Em geral, ao entrar na bolsa de valores, as empresas visam os seguintes objetivos:

  • Consolidar o caixa da empresa e as suas reservas;
  • Investir na própria empresa e expandir os seus negócios;
  • Comprar em parte ou na sua totalidade outras empresas;
  • Realizar o pagamento e a quitação de passivos.

Atingidos os objetivos citados acima, espera-se que as empresas se fortaleçam financeiramente e gerem lucro. Lucro este que também pode ser utilizado para diversas finalidades, como, por exemplo:

  • Incorporação nas reservas de capital da própria empresa;
  • Reinvestimento nos próprios negócios;
  • Realização de novas expansões ou aquisições;
  • Distribuição de dividendos;
  • Recompra das suas próprias ações.

Como podemos observar, um dos possíveis destinos para os lucros de uma empresa pode ser a recompra de suas próprias ações, que nada mais é do que uma operação em que a própria empresa emissora das ações vai ao mercado e compra uma parcela dos seus papéis das mãos dos investidores.

Por que as empresas recompram ações?

Existem diversos motivos para que uma empresa recomprar ações, dentre esses motivos, os mais comuns são os seguintes:

  • Recompra de ações em momentos de queda com o objetivo de vendê-las com lucro no futuro;
  • Incremento da parcela do capital social em poder da própria empresa;
  • Redução do lucro da empresa e consequentemente dos dividendos a serem distribuídos;
  • Estímulo para que o mercado em geral também invista na compra das ações, valorizando os papéis da companhia.

Como funciona a recompra de ações?

O programa de recompra de ações deve seguir o regulamento da Comissão de Valores Mobiliário (CVM). Antes de efetivamente recomprar suas próprias ações, o Conselho de Administração da empresa deve aprovar o programa de recompra de ações e informar ao mercado via fato relevante detalhes do programa de recompra, o objetivo do programa, a quantidade pretendida a ser comprada e o prazo previamente determinado para executar a ordem de compra, geralmente, um ano após a aprovação.

Vale destacar, que após executada a ordem de compra das ações, a empresa deverá escolher entre as seguintes alternativas:

  • Cancelar as ações: ao comprar e cancelar uma parcela das suas próprias ações, a empresa assim aumenta a participação relativa dos atuais acionistas no capital social da companhia;
  • Custodiar ações em tesouraria: de acordo com as normas da CVM, as empresas também podem deixar parte das suas ações, custodiadas em tesouraria, ou seja, guardadas em seu poder. O limite estipulado é de 10% do volume total de ações da empresa.

Quando custodiam ações em tesouraria, as empresas esperam e acreditam em uma possível valorização para venda das ações no futuro, gerando lucro e caixa para o desenvolvimento dos negócios.

Quais são as vantagens e desvantagens da recompra de ações?

Confira agora as principais vantagens e desvantagens de um programa de recompra de ações para os investidores.

Vantagens da recompra de ações:

  • Mercado vê com bons olhos: A recompra de ações pode gerar um sinal positivo para o mercado, indicando que esse seria o melhor momento para a compra, fato que impulsiona a valorização das ações;
  • Melhora da relação oferta x demanda: Com menos ações no mercado, melhora a relação oferta x demanda e os preços podem subir;
  • Aumento da participação dos acionistas: No caso do cancelamento das ações compradas pela empresa, os investidores que permanecem com seus papéis aumentam a sua participação nos negócios da companhia, portanto recebem mais dividendos ao longo dos anos.

Desvantagens da recompra de ações:

  • Redução pontual do lucro: ao recomprar ações, as empresas podem diminuir os seus lucros pontualmente, reduzindo também os dividendos pagos aos seus acionistas. Caso a empresa opte por vender as ações novamente no futuro, o lucro da venda será incorporado ao lucro da companhia, aumentando o lucro pontualmente e possivelmente aumentando os dividendos também;
  • Possível redução da liquidez e free float: Com a companhia retirando ações do mercado, pode acontecer uma redução do número e do volume de negociações. O número de ações em circulação diminuirá. Para amenizar esse problema, a CVM determina que as ações em tesouraria não excedam 10% das ações em circulação.

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