A Vale (VALE3) divulgou nesta quinta-feira (25) os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), reportando um lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,7 bilhões, um aumento expressivo de 210% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No trimestre, a alta foi de 65%.
A receita líquida da Vale atingiu US$ 9,9 bilhões, um crescimento de 3% em relação ao 2T23, impulsionada principalmente pelos maiores volumes de produção e vendas de estoques.
A produção de minério de ferro foi de 80,5 milhões de toneladas métricas (Mt), representando um aumento de 2,4% no ano e 13,8% no trimestre.
O Ebitda da companhia, que mede o resultado operacional, manteve-se estável em US$ 3,9 bilhões.
O Ebitda ajustado (proforma) caiu 6% para US$ 3,9 bilhões, mas registrou uma alta de 15% no trimestre.
A empresa destacou que o desempenho foi impulsionado pelas vendas, que cresceram 7,3% no ano e 25% no trimestre, resultado da venda de grandes estoques acumulados no primeiro trimestre de 2024.
Por outro lado, a Vale enfrentou desafios com custos mais altos, incluindo frete e maior concentração de atividades de manutenção para melhorar o desempenho no segundo semestre.
Os custos totais cresceram 9%, devido a manutenções, chuvas e aumento no frete.
Apesar disso, a Vale reafirmou que espera uma queda nos custos de produção no segundo semestre, com o custo caixa por tonelada migrando para o intervalo de US$ 21,5-23,0/t, conforme a produção no Sistema Norte se normaliza.
A dívida líquida expandida da Vale diminuiu US$ 1,7 bilhão em relação ao trimestre anterior, totalizando US$ 14,7 bilhões, principalmente devido aos recursos provenientes da parceria na Vale Base Metals.
A relação dívida sobre Ebitda ficou em 0,5 vezes, ante 0,6 vezes no ano passado.
Além disso, a empresa informou avanços no acordo de reparação integral de Brumadinho, com 75% dos compromissos concluídos e R$ 3,6 bilhões pagos em remuneração individual desde 2019.
Em relação à Mariana, a Vale, em parceria com Samarco e BHP, está em negociações avançadas para um acordo sobre as obrigações previstas.
A Vale também anunciou que pagará R$ 2,09 por ação em juros sobre o capital próprio. A data de corte será 2 de agosto de 2024, com pagamento em 4 de setembro de 2024.
As ações da Vale serão negociadas ex-remuneração na B3 e na NYSE a partir de 5 de agosto de 2024.
Apesar do desempenho operacional estável, o lucro da Vale aumentou significativamente devido a reversões de impostos.
No entanto, o fluxo de caixa livre foi negativo no 2T24, afetado por um maior consumo de capital de giro devido à concentração de pagamentos a fornecedores.
A posição de caixa da empresa aumentou quase US$ 3 bilhões, beneficiada pela venda de 10% da Vale Base Metals, mantendo a relação entre dívida líquida e Ebitda abaixo de 1 vez.
O CEO Eduardo Bartolomeo, que deixará o cargo até o final do ano, destacou o forte desempenho operacional da empresa e sua contínua transformação.
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