Nesta terça-feira (17), o dólar alcançou a marca de R$ 6,20 pela primeira vez em sua história. Esse aumento é um reflexo da percepção de risco fiscal que dominou o mercado, especialmente após a apresentação de um pacote de cortes de gastos pelo governo.
O dólar registrou sua máxima histórica ao meio-dia, mesmo com o Banco Central leiloando US$ 1,2 bilhão para tentar controlar a alta da moeda. Após a intervenção, o dólar ficou em R$ 6,12 às 14h05.
Este foi o quarto dia consecutivo de ações do Banco Central no mercado de câmbio, que já injetou mais de US$ 12 bilhões, entre vendas à vista e leilões de linha. Apesar disso, a tendência de alta do dólar prossegue devido ao aumento da percepção de risco fiscal.
Analistas acreditam que o pacote de cortes de gastos não será suficiente para conter o crescimento dos gastos públicos e assegurar o cumprimento das metas fiscais. O mercado também está atento às possíveis mudanças nas propostas no Congresso Nacional.
Os parlamentares estão negociando ajustes nos projetos governamentais e buscam um acordo para votar os principais pontos ainda nesta semana, antes do recesso que começa na próxima segunda (23).
O presidente Lula fez um apelo pela manutenção do pacote fiscal, após sua alta do hospital, mas o mercado teme que parte significativa do pacote seja adiada para o próximo ano, o que intensificou a alta do dólar esta semana.
Investidores também estão observando a ata do Copom, na qual foi reconhecido que a percepção sobre o recente anúncio fiscal teve um impacto relevante nos preços dos ativos e nas expectativas, especialmente em relação ao prêmio de risco, inflação e câmbio.
O Copom também reforçou a possibilidade de novas altas da taxa Selic, que pode chegar a 14,25% em março de 2025. Apesar dessas últimas notícias, o Ibovespa estava em alta, subindo 0,72% para 124.454 pontos, impulsionado pelas ações da Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e grandes bancos.
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