Empresas de rodovias

Confira a lista das ações de rodovias listadas na bolsa

Conheça o setor rodovias

Confira os detalhes do setor rodovias

O setor de rodovias é o ramo das empresas responsáveis por administrar de forma geral a parte de fluxo de veículos em linhas rodoviárias. Em geral, a participação da administração se resume à cobrança de taxas por meio dos pedágios, para realizar a manutenção da rodovia em questão, e analisar locais onde há maior tráfego para realizar melhorias nas malhas rodoviárias, conforme necessário. 

No Brasil, possui poucas empresas atuantes, o que faz com que no ambiente de bolsa de valores da B3 existam, igualmente, poucas opções através das quais o investidor pode se expor ao setor rodoviário. 

Vale destacar que o direito das empresas de gerenciar as rodovias é obtido através de leilões de concessões. Assim, ao realizar um leilão, a companhia vencedora terá o direito de explorar uma rodovia, através do ganho de lucros vindos da atividade de gerenciamento, durante um período de tempo, firmado em contrato.  

Além disso, o setor rodoviário na bolsa de valores (B3) pode ter um potencial crescimento. Devido ao fato de múltiplas regiões do Brasil carecerem de infraestrutura, caso haja um maior investimento em infraestrutura nessas regiões as atuais empresas do setor rodoviário estarão envolvidas nas concessões, o que tende a impactar positivamente seus resultados.  

Vantagens do setor de rodovias

As empresas do setor rodoviário possuem vantagem em relação à precificação das concessões. Concessões de longo prazo, como normalmente são firmadas por esse tipo de companhia, tendem a ser altamente lucrativas para tais empresas. Isso acontece, basicamente, devido à consideração do risco em investir capital no Brasil, devido a instabilidade econômica e insegurança jurídica. Consequentemente, o nível adicional de risco, em relação aos países desenvolvidos, é contemplado ao firmar um contrato, de modo no qual as firmas requisitam um maior retorno em função do maior risco. 

Afinal, a atividade fim dessas empresas não possui foco de curto prazo, de maneira na qual as empresas firmam contratos de longo prazo (mais de 20 anos em muitos casos) para explorar rodovias. Devido ao prazo bastante alongado das concessões, vêm a vantagem de estas empresas adquirirem uma razoável previsibilidade de receita. 

Com base na previsibilidade de receita, as empresas do setor rodoviário ganham, progressivamente, mais escala, ou seja, maior capacidade de crescimento e expansão. Pois mediante à previsibilidade de receitas, as companhias tornam a possuir menores riscos financeiros e, como consequência, as mesmas têm a capacidade de obter recursos via empréstimos, tanto junto aos bancos quanto no mercado de capitais, com um menor custo, ou seja, juros menores.  

A escalabilidade se refere à capacidade destas empresas de se expandirem com um nível de dificuldade progressivamente menor. Afinal, ao captarem recursos com menores juros, possuírem previsibilidade de receitas, possuírem caixa e, por fim, possuírem maior experiência na gestão de rodovias, as grandes empresas tornam-se altamente capazes de fazer melhores ofertas nos leilões de concessões, com base em sua solidez e sua reputação. 

Em resumo, como consequência da vantagem de possuírem escala, as companhias já estabelecidas tendem a expandir-se e, em sequência, aumentar o nível de dificuldade de entrada de novas empresas no setor com o passar do tempo. Logo, as empresas do setor de rodovias desfrutam da vantagem de estarem inseridas em um setor de baixa competitividade, o que tende a fazer com que as atuais companhias sejam mais lucrativas e possuam maiores margens e poder de barganha, em relação à um possível cenário onde diversas empresas atuassem neste setor. 

Com base em sua experiência em gerir rodovias, as empresas brasileiras possuem também capacidade de atuarem em outros países, caso seja atingido um ponto de saturação desse mercado no Brasil.

Riscos do setor de rodovias

   Neste setor, existem dois riscos preponderantes a serem destacados: 

  • Risco de instabilidade jurídica / legislativa; 
  • Risco de aumento de custo de captação de recursos;

Inicialmente, o risco de instabilidade jurídica se refere ao risco envolvido ao investir no ambiente brasileiro. Em linhas gerais, esse risco se trata da instabilidade institucional do ambiente brasileiro. Mediante a celebração de contratos de longo prazo, as companhias do setor de rodovias necessitam considerar o risco de intervenções estatais sobre suas concessões. Apesar de não ser um risco que se concretiza com frequência, as companhias que firmam contratos de longo prazo, normalmente, aderem esse risco na precificação de seus serviços, exigindo um maior retorno pelo risco assumido. 

Em seguida, o risco relacionado ao custo de captação de recursos envolve, basicamente, as taxas de juros praticadas no mercado bancário e no mercado financeiro. Com ênfase no mercado financeiro, as companhias que gerenciam rodovias geralmente captam recursos através da emissão de debêntures (títulos de renda fixa). Dessa forma, em momentos em que o mercado exige uma maior taxa de juros para emprestar recursos, através destes títulos de renda fixa, o custo de captação de recursos para as companhias se eleva e isso tende a pressionar negativamente suas margens de lucro. 

O setor de rodovias na bolsa de valores

No mercado de capitais brasileiro, o setor rodoviário está presente das seguintes maneiras: 

  • Emissão de ações no ambiente da B3;
  • Emissão de debêntures: forma de captar recursos de investidores para financiar as atividades das companhias. Normalmente, essas companhias emitem debêntures incentivadas (isentas de imposto de renda para pessoa física e com alíquota reduzida para pessoa jurídica), devido ao fato de serem empresas que atuam com infraestrutura.

É interessante destacar, brevemente, que determinadas empresas envolvidas no setor de rodovias atuam, de forma agregada, no setor de infraestrutura como um todo. Logo, são empresas que não monopolizam suas atividades apenas no setor rodoviário, de modo em que possuem exposição a diferentes nichos do setor de infraestrutura e do setor de transportes.