Fundos imobiliários têm seus ganhos reduzidos devido à perda de aluguéis de varejistas

Escrito por:

Marjoel Moreira

A crise econômica que atinge as varejistas Americanas (AMER3), Marisa (AMAR3) e Tok&Stok está afetando não apenas o consumo, mas também o setor de fundos imobiliários. Segundo o Estadão, só a Americanas deve R$ 3 bilhões em aluguéis e outras taxas para administradoras de bens e imóveis.

O número de investidores em fundos imobiliários cresceu significativamente nos últimos anos, acompanhando a queda da taxa Selic até os 2% ao ano em agosto de 2020. Entre 2018 e 2022, o número de investidores nesses ativos aumentou 950%, passando de 208 mil para quase 2 milhões, de acordo com a XP.

Com a alta do interesse, novos fundos foram lançados, com o número subindo de 173 em 2018 para 350 em 2022 e o patrimônio líquido saltando de R$ 54 bilhões para R$ 191 bilhões.

O fundo imobiliário mais afetado pela Americanas é o Max Retail, gerido pelo BTG Pactual (BPAC11), com patrimônio de R$ 138,5 milhões e 4.132 cotistas. O fundo tem 34% da sua receita proveniente de aluguéis que eram pagos pela Americanas, que deve R$ 514.179,37 referente a dezembro de 2022.

O fundo informou em um comunicado relevante sobre o calote da Americanas, que só deve pagar suas dívidas após a elaboração de um plano de recuperação judicial a ser aprovado pelos credores. Outros fundos também foram afetados pela recuperação judicial da Americanas, em um nível menor.

A renegociação de dívidas da Marisa afeta os fundos BVAR11 (Brasil Varejo) e KNRI11 (Kinea Renda Imobiliária), enquanto a da Tok&Stok afeta o fundo Vinci Logística (VILG11), que já entrou com ação de despejo.

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